Anunciado há um mês como comprador da ITA, companhia aérea do grupo Itapemirim que voou por cinco meses antes de deixar milhares de brasileiros sem viagem pouco antes do Natal de 2021, o empresário Galeb Baufaker disse que suspendeu o negócio, mas que não desistiu da ideia de ficar com a companhia aérea.
O empresário diz que ainda espera resolver o que chama de insegurança jurídica no processo de recuperação judicial da Itapemirim, que está com os bens bloqueados. Ele diz ter intenção de colocar no ar a ITA — com este ou outro nome — seis meses após fechar o negócio de vez.
O anúncio de que um comprador ficaria com a ITA pegou o mercado de surpresa, ainda mais por se tratar de um grupo desconhecido no Brasil — Baufaker mora nos EUA — e sem tradição no setor. A consultoria Baufaker fica em um centro comercial de Taguatinga, onde funciona uma empresa de cercas elétricas.
O empresário disse que terá hoje reunião na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Mesmo otimista sobre o futuro, Baufaker admite que a operação atual, com apenas uma aeronave, é inviável. "Não posso iniciar a operação com apenas uma aeronave, é inviável. Dependendo do tipo de negociação, poderemos ter novas aeronaves, tudo dependerá dos acordos com fornecedores", afirmou.
Em dezembro do ano passado, a Itapemirim Transportes Aéreos suspendeu as operações no Brasil, cancelou 514 voos e deixou milhares de passageiros sem poder embarcar. Por conta disso, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, aplicou multa de R$ 3 milhões à empresa. A punição está publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.
Segundo o ministro da Justiça, Anderson Torres, "a medida é exemplo, para evitar que casos como esse ocorram novamente". A Itapemirim tem 30 dias para pagar a multa, mas ainda pode recorrer.