Depois dos estragos que a pandemia provocou na bolsa, era de se esperar que as fortes quedas não se repetissem por um bom tempo. Mas no Brasil as dificuldades se sucedem em ritmo alucinante. Em abril, o IBovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 10,10% — foi o pior desempenho desde o início da pandemia. O que explica o movimento? Tem de tudo: prolongamento da guerra na Ucrânia, lockdown na China (que certamente levará à desaceleração da segunda maior economia do planeta), congestionamento nos portos chineses (que prejudicam as cadeias de suprimentos), escalada inflacionária no mundo e, claro, a inesgotável tensão política no país, agora revigorada pelas ameaças à democracia. Não à toa, em abril (até dia 27), os estrangeiros retiraram R$ 5,3 bilhões da Bolsa, levando seus recursos para destinos mais seguros. A tendência continuará nos próximos meses? Com a eleição, o cenário poderá se tornar mais turbulento.
Setor imobiliário quer diálogo com presidenciáveis
Um empresário do ramo imobiliário diz que o setor espera ser procurado por representantes da área econômica dos dois candidatos que lideram as pesquisas presidenciais, Lula e Bolsonaro. "A eleição está aí e precisamos saber os caminhos que o futuro governo vai tomar", afirma. "Questões como combate à inflação, política fiscal e compromisso com reformas precisam ser esclarecidas. "O empresário reclama do "baixo nível das campanhas." Campanhas? "Sim, elas já começaram, só não vê quem não quer."
Shopee é o aplicativo de compras mais usado no Brasil
Surpreende a velocidade de crescimento do aplicativo chinês Shopee no Brasil. Segundo levantamento realizado pela empresa de pesquisas Opinion Box, ele já é o app mais usado para fazer compras pelo celular, à frente de marcas consagradas como Americanas, iFood e Mercado Livre. A Shopee foi citada por 21% dos consumidores digitais — em segundo lugar, o iFood foi lembrado por 15% dos entrevistados. Recentemente, a plataforma chinesa alcançou a marca de 2 milhões de lojistas brasileiros cadastrados.
Carros voadores da Embraer chamam atenção do mercado
O que parecia ser um projeto apenas para o futuro distante parece pronto para decolar. A Eve, empresa de mobilidade aérea urbana da Embraer, informou que tem cartas de intenção para vender 1.825 "carros voadores". Entre os clientes interessados estão empresas de leasing aéreo, operadoras de helicópteros e plataformas de compartilhamento. Conhecido como eVTOL, ele é um veículo elétrico com pouso e decolagem vertical que traz vantagens competitivas, como preços baixos e emissão zero de carbono.
» Reza a lenda no mundo dos investimentos que o ouro é a melhor proteção contra a inflação. Não foi isso o que se viu em abril. O metal nobre encerrou o mês com queda de quase 2%. Na direção oposta, o dólar subiu 4,6%, a maior alta desde janeiro de 2015. Dos 20 pregões de negociação em abril, o índice do dólar subiu 16 vezes.
» O agronegócio não para. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as vendas de máquinas agrícolas cresceram 9% no primeiro trimestre em relação a idêntico período do ano passado. O resultado surpreendeu: a estimativa do mercado era um avanço em torno de 5%.
» A rede Outback sofreu com a pandemia, assim como todo o setor de restaurantes. Passada a crise, a holding americana Bloomin'Brands, dona da marca, tirou da gaveta seu plano de expansão. A empresa investirá, até o final do ano, R$ 75 milhões para abrir 20 unidades no país, chegando assim a um total de 150 endereços.
» O mercado de eventos está tão aquecido que obrigou os organizadores da Campus Party Brasil, maior encontro de tecnologia do país, a adiar de julho para novembro a realização do encontro em São Paulo. Para que a feira tenha tudo o que foi planejado — como arena e camping —, será preciso readequar o Pavilhão de Exposições do Anhembi.
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