Lemann e a comida de planta da Kraft Heinz
Em uma histórica conferência realizada em 2018, nos Estados Unidos, Jorge Paulo Lemann, principal líder empresarial do Brasil, fez uma declaração surpreendente. Lemann disse que se sentia como um "dinossauro apavorado" diante das inovações que sacodem o mundo dos negócios. À época, Lemann era um dos controladores da Kraft Heinz, que se tornou uma maiores empresas de alimentos do mundo ao fabricar comida industrial processada. Em 2021, Lemann saiu do conselho da Kraft afirmando que o "grande sonho" que tinha para a empresa não deu certo. Coincidência ou não, a gigante quer, agora, deixar os tempos jurássicos para trás. Ela se juntou à startup chilena Notco — famosa por sua maionese vegana — para criar uma empresa de produtos a base de plantas, a The Kraft Heinz Not Company. "Queremos oferecer produtos mais limpos e verdes", afirmou Miguel Patricio, presidente da Kraft Heinz. Os tempos mudaram.
Volkswagen engata IPO
da Porsche
O grupo alemão Volkswagen, dono de marcas como Audi, Lamborghini e Ducati, pretende fazer o IPO (oferta pública inicial, na sigla em inglês) de uma de suas divisões mais icônicas: a Porsche. A ideia da Volks é dar maior autonomia para esse braço de negócios e focá-lo no mercado de carros elétricos. De acordo com estimativas da Bloomberg Intelligence, a Porsche vale cerca de
US$ 100 bilhões. A empresa vive ótimo momento. Em 2021, vendeu 300 mil unidades, um avanço de 11% sobre 2020.
Como as PMEs deixam de ganhar R$ 10 bilhões
por mês
Um levantamento feito pela XP indica que pequenas e médias empresas deixam de ganhar R$ 10 bilhões mensais por saldo parado ou investido de maneira ineficiente. A instituição entrevistou 900 PMEs e cruzou dados públicos para concluir que os pequenos negócios têm R$ 1 trilhão de saldo em suas contas — valor parado ou aplicado em produtos com baixa rentabilidade. Para a gerente regional da XP Inc. em Minas Gerais, Jéssica Oliveira, o montante poderia ser usado para pagar salários e demais despesas.
Lançamentos e vendas de imóveis resistem à crise econômica
A nova pesquisa Abrainc-Fipe, trazida com exclusividade por esta coluna, mostra o bom desempenho do mercado imobiliário em 2021. De janeiro a novembro, os lançamentos de imóveis subiram 22,7% em comparação com o mesmo período anterior. As vendas cresceram 5,1%. "O setor, que representa uma grande porta de entrada para o mercado de trabalho, e que, hoje, é responsável por cerca de 9% das vagas geradas no Brasil, continua resiliente ao cenário econômico atual", diz Luiz França, presidente da Abrainc.
» A demanda dos consumidores por crédito iniciou 2022 em alta. Segundo pesquisa da empresa de inteligência analítica Boa Vista, a procura por empréstimos cresceu 4,3% em janeiro diante de dezembro. Na comparação com igual mês de 2021, a alta foi de 16,2%. A inflação e os juros altos, porém, impõem novos desafios ao mercado de crédito.
» Apesar da economia fraca, o crédito deverá continuar se expandindo em 2022. A previsão mais recente do Banco Central (BC), publicada em dezembro, indica alta de 9,4% no estoque de empréstimos do sistema financeiro ao longo do ano. Uma pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima alta mais modesta, de 6,7%.
» O aumento da procura por empréstimos mais caros, como cartão de crédito parcelado, cartão de crédito rotativo e crédito pessoal não consignado, poderá levar ao avanço da inadimplência, um cenário que preocupa economistas. Nunca é demais lembrar: as taxas de juros do cartão de crédito parcelado estão próximas de 350% ao ano.
» O crédito para a compra de veículos acelerou no ano passado. De acordo com a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), os recursos liberados pelas instituições financeiras avançaram 25,7% em relação a 2020. Os valores chegaram a
R$ 196,8 bilhões ante os
R$ 156,7 bilhões anteriores.
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