O presidente Jair Bolsonaro (PL) criou um cargo chamado "Embaixador do Ministério da Economia", no escritório do ministério junto à Embaixada do Brasil em Washington (EUA).Segundo decreto publicado no Diário Oficial da União, a vaga é exclusiva para "servidor público federal ocupante de cargo efetivo no Ministério da Economia ou em entidade vinculada ao órgão há, no mínimo, cinco anos".
De acordo com informações que circulam na Esplanada, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, é o nome mais provável para ocupar o cargo. Segundo o decreto, o trabalho do embaixador consistirá em "colaborar com as atividades da Embaixada em temas de competência do Ministério da Economia", tendo como foco principal "contribuir para a atração de investimentos para o país".
O chefe do escritório terá a mesma remuneração de um ministro de primeira classe do Itamaraty (ou seja, um embaixador). E terá um assessor com remuneração de ministro de 2ª classe. O salário dos diplomatas brasileiros em missão nos Estados Unidos é pago em dólares. Ainda segundo o decreto, o indicado será subordinado "administrativamente" ao embaixador e "tecnicamente" ao Ministério da Economia.
Na avaliação do cientista político e advogado Nauê Bernardo Pinheiro, a intenção parece ser a de criar um canal mais rápido para o governo captar e gerenciar propostas de investimento externo no Brasil. O coordenador de Pós-Graduação em Relações Institucionais e Governamentais do Mackenzie Brasília, Márcio Coimbra, considera válido o Ministério da Economia ter um escritório de representação, mas acredita que deveria ser uma política estratégica do governo, não algo criado sem qualquer planejamento.
"Mandar um adido econômico para a embaixada, me parece ser algum acordo com o secretário", avaliou Coimbra. "Porém pode haver algum tipo de reestruturação no Ministério da Economia, porque o Carlos Da Costa é uma pessoa que faz diferença no governo. O Guedes vai perder um dos mais valorosos colaboradores que tem aqui no Brasil."