Em meio à expectativa de avanço do reajuste dos policiais prometido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) — que tem R$ 1,7 bilhão reservado no Orçamento deste ano —, servidores públicos federais seguem pressionando o governo e avisam que manterão a agenda de manifestações para serem incluídos nesse grupo de privilegiados.
Os policiais integram um dos principais núcleos de eleitores de Bolsonaro e a promessa do aumento foi o combustível para o início das mobilizações de diversas categorias do funcionalismo desde o fim do ano passado.
"O movimento independe do que ocorrer com o reajuste já acertado com os policiais", disse Rudinei Marques, presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas do Estado (Fonacate), entidade que representa as carreiras da elite do funcionalismo. "No dia 27, teremos mais um dia de paralisação, com evento digital do Fonacate e do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef)", afirmou.
Para o sindicalista, a PEC dos Precatórios abriu espaço suficiente para reajustar os salários dos servidores. No entanto, a prioridade do governo é com pautas que garantam votos nas eleições de outubro. "Somente a PEC dos Precatórios abriu espaço fiscal que permitiria um reajuste de 10% aos servidores civis ativos e aposentados. Outro tanto foi aberto pelo processo inflacionário. Dinheiro tem, mas o governo prefere usar para medida populistas que garantam votos nas eleições de outubro", afirmou.
A publicação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022, sancionada pelo presidente na sexta-feira (21), está programada para hoje, no Diário Oficial da União (DOU), com os vetos.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), que representa a base do funcionalismo, o carreirão, também manteve as mobilizações que constam no calendário de atividades da entidade. Entre elas, haverá uma reunião com representantes de demais categorias e um indicativo de greve em 9 de março.
O secretário-geral da Condsef, Sérgio Ronaldo da Silva, informou que a categoria defende igualdade no tratamento do serviço público. "Não somos contra o reajuste aos policiais. Somos contra o tratamento diferenciado e os ataques sistemáticos deste governo aos servidores e aos serviços públicos", pontuou. "Vamos transformar nossa indignação em luta", reforçou.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), haverá uma paralisação no dia 9 de fevereiro durante o turno da manhã (de 8h às 12h). Segundo o presidente do Sinal, Fábio Faiad, as conversas do grupo com o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto, estão sendo positivas, mas a posição dos funcionários deve permanecer em favor dos atos.
"A nossa conversa com Campos Neto está sendo produtiva e positiva. Contudo, as últimas declarações do presidente Bolsonaro, do deputado Ricardo Barros (PP-PR) e do ministro Paulo Guedes (Economia) sugerem que o reajuste será dado somente para os policiais federais, excluindo os servidores do BC. Por isso, mantivemos a paralisação de 9 de fevereiro", afirmou.
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