O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reconheceu que o Brasil tem ficado para trás em termos de crescimento econômico. "Olhando o mundo, a gente vê que os países têm crescido mais do que o Brasil. O Brasil tem tido uma queda, enquanto outros países estão acelerando o crescimento", disse ele, durante evento promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Na análise de Campos Neto, o desequilíbrio das contas públicas é um dos motivos do baixo crescimento o país. "O Brasil precisa de investimento externo para gerar crescimento, uma vez que a parte fiscal está exaurida", afirmou. Além disso, o descontrole fiscal ajudou a alimentar a inflação, obrigando o BC a subir as taxas de juros, o que inibe a atividade econômica. "Em termos de juros, o Brasil foi o que subiu mais", observou Campos Neto.
E, se depender do BC, os juros continuarão elevados por um bom tempo. De acordo com a ata da última reunião do comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem, a Selic deverá se manter na casa de dois dígitos no próximo ano, com expectativa de altas taxas (embora menores) também para 2023.
A ata revela que, o cenário básico usado atualmente pelo BC, "supõe trajetória de juros que se eleva para 9,25% ao ano em 2021 e para 11,75% durante 2022, terminando o ano em 11,25%".
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