SEITA

Justiça argentina denuncia líder de seita e outros 20 russos por tráfico sexual

Seita "capturou uma jovem de 22 anos trazida da Rússia que, em 21 de março passado, deu à luz a um bebê" em Bariloche, que fica 1.500 km a sudoeste de Buenos Aires, assegurou o MP em comunicado

Segundo os promotores, o objetivo era registrar o recém-nascido como filho do líder da seita para que ele pudesse adquirir a nacionalidade argentina e depois viajar ao Brasil -  (crédito: Gustavo Sánchez/Unsplash)
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Segundo os promotores, o objetivo era registrar o recém-nascido como filho do líder da seita para que ele pudesse adquirir a nacionalidade argentina e depois viajar ao Brasil - (crédito: Gustavo Sánchez/Unsplash)

A Justiça da cidade argentina de Bariloche denunciou o líder de uma seita e outras 20 pessoas de nacionalidade russa por integrarem uma organização criminosa "para fins de tráfico sexual e redução à servidão", informou o Ministério Público nesta sexta-feira (4).

A organização "capturou uma jovem de 22 anos trazida da Rússia que, em 21 de março passado, deu à luz a um bebê" em Bariloche, que fica 1.500 km a sudoeste de Buenos Aires, assegurou o MP em comunicado.

Segundo os promotores, o objetivo era registrar o recém-nascido como filho do líder da seita para que ele pudesse adquirir a nacionalidade argentina e depois viajar ao Brasil.

A imprensa argentina identificou o líder da organização, que está detido na cidade de Rawson, perto de Bariloche, como Konstantin Rudnev, fundador da seita Ashram Shambala que se expandiu pela Rússia durante a década de 1990.

A promotoria informou que o líder foi condenado a 11 anos de prisão por abuso sexual na Rússia e fugiu de Montenegro, onde era procurado pelas autoridades desde 9 de outubro. 

Durante a prisão, ele "tentou ferir a si mesmo no pescoço com uma lâmina de barbear que levava em sua carteira, mas foi rapidamente contido pelos oficiais".

O recrutamento da mulher ocorreu por intermédio "de um espaço espiritual e de prática de ioga de fachada" e "se aproveitou da situação de extrema vulnerabilidade da vítima", informou o MP.

Algumas das mulheres detidas tinham partes da cabeça sem cabelo e estavam extremamente magras.

O promotor revelou perante o juiz que a organização "autorizava as rações de comida, de compras de diversos produtos e determinava jejuns obrigatórios como forma de punição".

Dos 21 acusados, 13 permanecem presos e o restante está em liberdade condicional.

Por AFP
postado em 05/04/2025 00:02