PANDEMIA

5 anos de covid: as fotos que contam a história da pandemia

Do anúncio da emergência global de saúde à chegada das vacinas, algumas imagens ajudam a entender o evento que vitimou até 20 milhões de pessoas.

Primeiros casos de uma "pneumonia misteriosa" em Wuhan, na China. Declaração de emergência de saúde pública pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Lockdown. Máscaras. Testes.

Caminhões militares para transportar corpos na Itália. Hospitais de campanha. Crise do oxigênio em Manaus. Testes com vacinas. Campanhas de imunização em massa. Notícias falsas. Protestos. Trabalho remoto.

Prestes a completar 5 anos, a pandemia de covid-19 teve uma série de capítulos marcantes — que estranhamente parecem ao mesmo tão distantes e tão próximos.

A seguir, a BBC News Brasil traz algumas das fotografias que ajudam a contar a história de como o coronavírus mudou o país e o mundo inteiro.

O princípio da crise

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Os primeiros casos de uma 'pneumonia misteriosa' começaram a chamar a atenção na China no final de dezembro de 2019. Nesta foto, de fevereiro de 2020, uma funcionária do sistema ferroviário chinês (à direita) saúda uma profissional de saúde que se dirigia a Wuhan, o primeiro epicentro da crise sanitária.
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Em janeiro de 2020, a Tailândia confirmou os primeiros casos da nova infecção viral fora da China. A doença só seria batizada de covid-19 pela OMS em 11 de fevereiro.
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Ainda nos primeiros meses da crise sanitária, o caso do cruzeiro Diamond Princess ganhou as manchetes. Todos os tripulantes da embarcação foram mantidos em quarentena por duas semanas no porto de Yokohama, no Japão. Das 3.711 pessoas a bordo, mais de 700 foram infectadas pelo coronavírus — o que ajudou a dar uma dimensão da capacidade de transmissão do novo patógeno. A foto, tirada em 15 de fevereiro, mostra uma equipe médica que acompanhava os pacientes no cruzeiro.
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O Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, em Wuhan — que permanecia fechado em agosto de 2020, como revela esta foto — é considerado o provável ponto de partida da epidemia. Praticamente dois terços dos primeiros pacientes diagnosticados com covid-19 estiveram nesse lugar, o que serve de evidência para uma possível exposição ao vírus ali. Uma parcela considerável de especialistas acredita que o coronavírus tenha 'pulado' e se adaptado aos seres humanos a partir de algum animal que era vendido neste mercado. Alguns outros cientistas, porém, ainda defendem a tese de que o vírus na verdade escapou de um laboratório. É provável que nunca tenhamos uma resposta definitiva para esse debate.

O vírus se espalha Brasil adentro (e mundo afora)

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Em 9 de fevereiro de 2020, cidadãos brasileiros que moravam em Wuhan voltaram ao país e desembarcaram em Anápolis, Goiás. Eles foram resgatados por uma operação que envolveu os militares brasileiros e precisaram ficar em observação na base aérea por mais de duas semanas antes de serem liberados.
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O primeiro caso de covid-19 no Brasil foi confirmado no dia 27 de fevereiro de 2020 num indivíduo que havia retornado de uma viagem à Itália. Em entrevista coletiva ao lado do então governador de São Paulo, João Dória (à esquerda na imagem), o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (à direita), afirmou que a população brasileira teria 'todas as informações necessárias para que cada um tome suas precauções'.
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Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, declarou que a covid-19 poderia ser considerada uma pandemia no dia 11 de março de 2020. Numa coletiva de imprensa, onde a foto acima foi tirada, ele disse que a entidade estava 'soando um alarme alto e claro' sobre a situação.
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Governos de várias partes do mundo decretaram lockdown e pediram que as pessoas permanecessem em casa. A ideia era diminuir a circulação do vírus, para que os hospitais não ficassem saturados — e os pacientes acabassem morrendo por falta de cuidados, equipamentos e remédios. A fotografia acima mostra uma via do centro de Paris em março de 2020. A capital francesa, que costuma estar abarrotada de turistas, ficou subitamente vazia.
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Na foto, o médico Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, foi clicado enquanto participava de uma audiência no Senado americano por meio de uma videoconferência em maio de 2020. No início da pandemia, a necessidade de trabalhar de casa popularizou os serviços de conferência à distância, como o Zoom.
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A cidade de Bergamo, na região da Lombardia, Itália, foi uma das mais afetadas nos primeiros meses de pandemia. Os números de mortes foram tão altos por lá que o governo precisou acionar caminhões do exército para transportar os caixões aos crematórios de outras partes do país, já que o serviço funerário local não deu conta da demanda.
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Para absorver a demanda de casos, governos montaram hospitais de campanha e tendas provisórias. Uma dessas estruturas entrou em operação no gramado do Estádio Pacaembu, em São Paulo.

Dança dos ministros, Bolsonaro e crise em Manas

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Mandetta não ficou muito tempo no cargo de ministro da Saúde do governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Em abril de 2020, ele foi substituído pelo médico Nelson Teich (à esquerda), que ficou no cargo por menos de 30 dias. Em maio, o Ministério da Saúde foi parar nas mãos do general Eduardo Pazuello (à direita).
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Durante a gestão Pazuello, em janeiro de 2021, Manaus viveu um dos momentos mais dramáticos da pandemia, com falta de suprimento de oxigênio — insumo necessário para manter a respiração dos pacientes em estado grave, intubados nas UTIs.
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Durante a segunda onda da pandemia de covid-19, o número de mortes por covid-19 foi tão alto em Manaus que alguns cemitérios da cidade precisaram abrir novos terrenos para enterrar todas as vítimas. Nessa imagem aérea, de 19 de janeiro de 2021, é possível ver uma clareira recém-aberta repleta de novas valas (à direita na foto).
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A cena, que mostra um homem chorando ao lado de um túmulo no cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus, foi clicada em 9 de maio de 2021. Nesta data, se celebrou o Dia das Mães — e muitos cemitérios do país abriram para visitação pela primeira vez depois da segunda onda de casos e mortes.
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Em março de 2021, o comando do Ministério da Saúde foi trocado pela quarta vez no governo Bolsonaro: saiu o general Pazuello e entrou o médico Marcelo Queiroga (à direita).
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Ao longo de toda a pandemia, Bolsonaro se mostrou contrário às recomendações de especialistas. O então presidente do Brasil deu inúmeras declarações favoráveis a remédios comprovadamente ineficazes contra a covid-19, como a cloroquina. Em julho de 2020, ele levou uma caixa do medicamento para apoiadores que se aglomeravam na frente do Palácio da Alvorada, em Brasília. Ele também mostrou o remédio para as emas que moram nas redondezas.
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Bolsonaro também deu diversas declarações em que jogava dúvidas sobre as vacinas. Numa das mais famosas delas, durante um evento em dezembro de 2020, ele criticou a Pfizer (uma das produtoras das doses) por supostamente não se responsabilizar pelos efeitos colaterais. "E na Pfizer [contrato da Pfizer] tem lá: nós [Pfizer] não nos responsabilizamos. Se eu virar um jacaré, se você virar super-homem, se nascer barba em alguma mulher, ou algum homem começar a falar fino...", disse o então presidente.

Vacinas, testes, protestos e jogos

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Em 8 de dezembro de 2020, a inglesa Margaret Keenan, à época com 90 anos, se tornou a primeira pessoa a receber uma vacina contra a covid-19 fora dos testes clínicos. As primeiras versões dos imunizantes haviam acabado de receber aprovação das agências regulatórias.
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No Brasil, a primeira vacinada foi a enfermeira Mônica Calazans. Ela tomou a dose de CoronaVac em 17 de janeiro de 2021 no Hospital das Clínicas de São Paulo.
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Durante os primeiros de pandemia, o país registrou diversos protestos contra as medidas de isolamento, o uso de máscaras, as vacinas e o passaporte sanitário — a necessidade de mostrar um comprovante de vacinação para entrar em determinados lugares.
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No mesmo período, também foram registrados 'panelaços' em varandas, especialmente durante pronunciamentos do presidente Bolsonaro na televisão.
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Num estádio praticamente vazio, atletas participaram da Cerimônia de Abertura das Olimpíadas de Tóquio. Os jogos deveriam acontecer em 2020, mas foram adiados para 2021 por causa da pandemia.
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Em setembro de 2021, um jogo realizado em São Paulo entre Brasil e Argentina válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 foi interrompido assim que começou por representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Segundo eles, quatro jogadores argentinos descumpriram as regras vigentes no país ao não realizarem uma quarentena obrigatória — e, portanto, não poderiam estar em campo. O juiz decidiu encerrar a partida.
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Em Londres, um muro que fica na margem do rio Tâmisa, de frente para o Palácio de Westminster, se transformou num memorial sobre a covid-19. Cada coração representa uma vítima da infecção no país.
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Em maio de 2023, a OMS declarou o fim da emergência global de saúde relacionada à covid-19. A entidade ponderou que a doença continuaria a causar problemas e lembrou que, até aquele momento, haviam sido registradas 7 milhões de mortes — embora estimava-se que esse número poderia superar a casa de 20 milhões por causa da subnotificação.

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