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Apagão faz Chile decretar estado de exceção e toque de recolher

Governo de Gabriel Boric impôs toque de recolher noturno em grande parte do país após apagão em massa devido falha no sistema elétrico

Apagão no Chile deixa a cidade de Santiago parcialmente iluminada  -  (crédito: Javier TORRES / AFP)
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Apagão no Chile deixa a cidade de Santiago parcialmente iluminada - (crédito: Javier TORRES / AFP)

O governo de Gabriel Boric decretou nesta terça-feira (25/2) estado de exceção e impôs um toque de recolher noturno em boa parte do Chile, devido a um apagão em massa causado por uma suposta falha no sistema elétrico.

"Teremos um toque de recolher das 22h às 6h", informou em entrevista coletiva a ministra do Interior, Carolina Tohá. A medida faz parte do "estado de exceção por catástrofe" decretado pelo presidente Boric, acrescentou.

O anúncio abrange o norte e o sul do Chile, da região de Arica à de Los Lagos, respectivamente, onde vivem mais de 90% dos 20 milhões de chilenos. Essa ampla área está sem fornecimento de energia desde as 15h16 locais (mesmo horário em Brasília), segundo o Serviço Nacional de Desastres (Senapred). 

A ministra descartou mais cedo que o apagão tenha sido causado por um ataque à rede elétrica.

Com a ativação do estado de exceção, o governo chileno "busca garantir a segurança das pessoas, diante da possibilidade de o corte se prolongar".

Segundo o Serviço Nacional de Desastres (Senapred), o corte de energia elétrica foi registrado por volta das 15h16 (mesmo horário em Brasília).

"De acordo com os primeiros informes, o corte se estenderia da região de Arica e Parinacota (norte) até a região de Los Lagos (sul)", declarou a equipe de comunicação do Senapred à AFP.

Com cerca de 20 milhões de habitantes e uma das melhores redes de energia da região, o Chile vive o seu pior apagão em 15 anos. 

Na capital Santiago, centenas de pessoas tiveram que ser retiradas do metrô. Diante das aglomerações, o restante do sistema público parecia ter colapsado.

"Fomos autorizados a sair do trabalho por causa do corte de luz, mas agora não sei como voltar para casa porque todos os ônibus estão lotados", disse à AFP María Angélica Román, uma trabalhadora de 45 anos.

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Sem indícios de ataque

O governo rapidamente descartou a possibilidade de um ataque ou boicote contra a rede de fornecimento de energia.

"Não há nenhuma razão para supor que por trás disso há um ataque. Seria uma falha de funcionamento do próprio sistema", afirmou a ministra do Interior, Carolina Tohá, em uma coletiva de imprensa.

De acordo com a funcionária, o sistema hospitalar e as prisões do país estão funcionando com geradores de emergência.

"Nas próximas horas o sistema elétrico deve se normalizar", acrescentou Tohá.

Em um comunicado publicado em suas redes sociais, o metrô de Santiago confirmou a suspensão do serviço, que transporta diariamente cerca de 2,3 milhões de usuários.

"Nossas equipes estão posicionadas em todas as estações para apoiar na evacuação de forma segura. Quando este processo for concluído, as estações permanecerão fechadas até que a energia seja restaurada", informou a empresa.

Caos

A confusão se estendia desde a capital de sete milhões de habitantes até vários pontos do país.

Em Valparaíso, uma cidade a 120 km de Santiago, testemunhas relataram que os comércios fecharam.

"Há carabineiros controlando o trânsito porque há muito congestionamento em ruas que costumam ser pouco movimentadas. Todos os estabelecimentos comerciais estão fechando", contou Anadriel Hernández, uma estudante de 20 anos, em uma conversa por telefone com a AFP.

Enquanto isso, o canal privado Chilevisión reproduziu um vídeo de redes sociais em que se vê pessoas presas em uma atração mecânica a vários metros de altura, no parque de diversões Fantasilandia.

AFP
postado em 25/02/2025 23:22