
Mais oito reféns mantidos pelo Hamas em Gaza foram libertados como parte do acordo de cessar-fogo com Israel, em meio a cenas caóticas.
Três israelenses e cinco cidadãos tailandeses foram entregues à Cruz Vermelha pelo Hamas antes de serem transferidos para as forças israelenses e levados para Israel.
Com as libertações desta quinta-feira, 15 reféns foram libertados desde que o cessar-fogo entrou em vigor em 19 de janeiro. Oitenta e dois ainda estão detidos.
Mais de 100 prisioneiros palestinos foram libertados da prisão israelense de Ofer, após um atraso. Eles chegaram a Ramallah, na Cisjordânia ocupada, de ônibus e foram recebidos por uma multidão que se reuniu para dar boas-vindas aos libertos.
Destes, 32 foram condenados à prisão perpétua e 48 estavam cumprindo penas longas. Há 30 adolescentes na lista, os mais novos são dois de 15 anos. Dos prisioneiros libertados, 21 devem ser deportados para o exterior.
Israel atrasou a libertação em resposta à forma como os reféns mantidos pelo Hamas foram tratados quando foram entregues.
A soldada israelense Agam Berger, 20, foi a primeiro a ser libertada nesta quinta-feira – em ação liderado por homens armados mascarados em um evento encenado em meio aos escombros em Jabalia, no norte de Gaza.
Multidões de civis foram mantidas afastadas por combatentes armados do Hamas enquanto ela aparecia em uma plataforma e recebia um certificado, antes de ser passada para a Cruz Vermelha.
Cerca de duas horas depois, em Khan Younis, no sul, outros sete reféns foram trazidos para fora em meio a um pandemônio.
Eles foram conduzidos por combatentes armados através de multidões de espectadores aplaudindo, muitos filmando com celulares, antes de serem entregues à Cruz Vermelha.
Ocorreu simbolicamente em frente aos restos da casa – bombardeada por Israel – do falecido líder do Hamas Yahya Sinwar, o arquiteto dos ataques de 7 de outubro. Sinwar foi morto por tropas israelenses em Rafah em outubro de 2024.
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Além de Berger, os civis israelenses Arbel Yehud, 29, e Gadi Moses, 80, e os trabalhadores agrícolas tailandeses Pongsak Thaenna, Sathian Suwannakham, Watchara Sriaoun, Bannawat Seathao e Surasak Lamnao foram libertados.
Em um sinal da precariedade do cessar-fogo, a libertação dos prisioneiros foi paralisada por Israel até que recebesse garantias de que as cenas que acompanharam a libertação dos reféns em Khan Younis não se repetiriam.
O gabinete do primeiro-ministro disse que recebeu dos mediadores "um compromisso de que uma saída segura será garantida para os reféns" ainda a serem libertados.

Cessar-fogo frágil
O adiamento foi o último desafio para o cumprimento das delicadas e complexas etapas recíprocas com as quais Israel e o Hamas se comprometeram sob os termos do cessar-fogo.
Israel atrasou o processo em dois dias, permitindo que centenas de milhares de palestinos deslocados retornassem ao norte de Gaza depois que o Hamas não incluiu Arbel Yehud na última rodada de libertações de reféns que ocorreu no sábado.
Duzentos e cinquenta e uma pessoas foram capturadas quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas. O ataque desencadeou uma guerra que devastou Gaza.
A ofensiva militar de 15 meses de Israel matou mais de 47.300 palestinos no território, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.
Até agora, 290 prisioneiros palestinos — desde aqueles que cumprem longas sentenças por bombardeios e outros ataques, até adolescentes detidos sem acusação — foram libertados desde que o cessar-fogo começou.
A maioria retornou à Cisjordânia ocupada, Jerusalém Oriental e Gaza, enquanto cerca de 70 dos infratores mais sérios foram deportados.

Caos e alegria
Cenas caóticas, mas alegres marcam esta quinta-feira em Ramallah, com famílias esperando o dia todo para receber seus entes queridos.
Cerca de metade dos libertados das prisões israelenses hoje devem chegar em Ramallah esta noite.
A libertação dos prisioneiros foi adiado por vários motivos, em parte devido ao grande número de pessoas, pois milhares estavam seguindo os ônibus, impedindo seu deslocamento.
Muitas das pessoas libertadas estão na prisão há 20 anos, alguns condenados por crimes muito graves não estão sendo autorizados a retornar aos territórios palestinos ocupados pelos israelenses. Eles estão sendo enviados para o Egito e outros países vizinhos.
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