A Justiça britânica está decidindo sobre o caso de Simon Vickers, um pai que esfaqueou e matou a filha Scarlett, de 14 anos, enquanto os dois preparavam o jantar. O caso ocorreu em Darlington, em 5 de julho do ano passado.
De acordo com o pai, os dois estavam brincando de "lutinha" quando a faca que ele segurava penetrou no peito da filha, quando ela se jogou para a frente para "atacá-lo". Scarlett morreu por hemorragia, após a lâmina de 11 centímetros alcançar o coração. As informações são do jornal Daily Mail.
A primeira audiência do julgamento ocorreu nesta terça-feira (14/1). Nela, os procuradores acusaram Vickers de ter esfaqueado a adolescente com a faca "deliberadamente". "O ferimento era muito profundo para ter sido causado por acidente", afirmou o procurador Mark McKone.
No dia do ocorrido, o homem disse aos paramédicos que ele e a filha estavam preparando uma refeição quando começaram a brincar e jogar objetos um no outro. A versão foi corroborada pela esposa. "Eu peguei a faca da cozinha para cortar pão de alho. Meu marido pegou a espátula ao mesmo tempo [para brincar com a filha] e não percebeu que a faca estava com ela", disse a mãe de Scarlett.
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"A gente só estava brincando, como cara**** isso aconteceu?", declarou o pai em uma gravação realizada pela polícia no momento do socorro.
Em entrevistas, Simon foi questionado se foi o culpado pela morte da menina. "Eu devo ter sido", respondeu.
O pai disse que estava jogando uvas na filha, e ela estava jogando outras de volta. Em certo momento, ele pegou a faca. "Agora eu sei que era uma faca, mas eu não percebi no momento", afirmou em interrogatório policial.
Conforme a polícia, o homem alegou ter um bom relacionamento com a filha e que essas brincadeiras eram normais entre eles.
O advogado de Vickers, Nicholas Lumley, alegou que a morte de Scarlett foi um acidente "muito, muito trágico". "Ela era a única filha do casal. Ele não tinha desejo de machucá-la de nenhuma maneira. [..] O corpo da menina deve ter se chocado com a faca que Simon segurava e ela morreu. Ele será responsável moralmente pela morte da filha pelo resto da vida, mas ele não causou a morte deliberadamente", defendeu.
O julgamento seguirá na quinta-feira (16/1).