O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tomou posse nesta sexta-feira (10/01) para o terceiro mandato consecutivo. Maduro, que está no poder desde 2013, prestou juramento diante do Parlamento, apesar das denúncias de fraude e do isolamento internacional.
"Juro que este novo período presidencial será o período da paz, da prosperidade, da igualdade e da nova democracia", afirmou.
A oposição venezuelana classificou a posse de Maduro como "golpe de Estado" e reivindicou novamente a vitória de Edmundo González Urrutia.
A posse ocorreu um dia depois de uma marcha da oposição que terminou com a denúncia da detenção de María Corina Machado, algo que o governo negou e qualificou como "invenção".
Maduro foi proclamado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com 52% dos votos. A oposição publicou cópias de atas eleitorais que afirmam provar a vitória com mais de 70% dos votos.
Maduro disse que a posse para um terceiro mandato é “uma grande vitória para a democracia” e negou as acusações de fraude na reeleição.
“Digam o que quiserem dizer, façam o que quiserem fazer, mas essa posse constitucional não poderia ser impedida e é uma grande vitória para a democracia venezuelana. Paz, paz, paz. Não conseguiram e não conseguirão”, disse o presidente da Venezuela, que alegou ser alvo de uma "conspiração" dos "Estados Unidos e seus satélites e escravos na América Latina e no mundo".
Países contestam posse de Maduro
A União Europeia disse que a presidência de Nicolás Maduro carece de "legitimidade". "As autoridades venezuelanas perderam uma oportunidade-chave de respeitar a vontade do povo. Portanto, Nicolás Maduro não tem a legitimidade de um presidente eleito democraticamente", disse o bloco.
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Os Estados Unidos impuseram sanções a oito altos funcionários venezuelanos. Autoridades norte-americanas classificaram a posse do líder chavista para um terceiro mandato como uma "farsa". O país também aumentou a recompensa por informações que levem à prisão do presidente venezuelano e do ministro do Interior, Diosdado Cabello, para US$ 25 milhões (R$ 152,3 milhões na cotação atual).
Maduro é acusado pelos EUA de associação com o "tráfico de drogas e corrupção". Além disso, o governo do presidente em fim de mandato, Joe Biden, adicionou uma nova recompensa pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, por quem está oferecendo US$ 15 milhões (R$ 91 milhões).
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O Reino Unido também aplicou sanções a 15 funcionários da Venezuela e classificou como "fraudulento" o governo de Maduro.