DIPLOMACIA

Declarações de Trump sobre Groenlândia geram 'incompreensão' na UE, diz Scholz

Chefe do governo alemão disse que princípio da inviolabilidade das fronteiras "se aplica a qualquer país, seja pequeno ou um Estado muito poderoso"

"Qualquer Estado deve aderir" ao princípio da inviolabilidade das fronteiras, independentemente de estarem "a leste ou a oeste", insistiu o chefe do governo alemão, Olaf Scholz, em alusão tanto à Rússia quanto aos Estados Unidos - (crédito: Michael Pobst/AFP; Reprodução)

As declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que não descartou o uso da força para tomar o território autônomo dinamarquês da Groenlândia, geraram "incompreensão" na União Europeia, afirmou nesta quarta-feira (8) o chefe do governo alemão.

"Em minhas conversas com nossos parceiros europeus, houve uma notável incompreensão no que diz respeito às atuais declarações dos Estados Unidos sobre o princípio da inviolabilidade das fronteiras", declarou o social-democrata Olaf Scholz, sem mencionar diretamente Trump.

Esse princípio "se aplica a qualquer país, seja pequeno ou um Estado muito poderoso, é um princípio fundamental do direito internacional", afirmou em uma coletiva de imprensa em Berlim.

Suas declarações são uma reação às de Trump, que reiterou na terça-feira suas ambições de anexar o canal do Panamá e a Groenlândia, não descartando o uso de força para alcançar tal objetivo.

"Qualquer Estado deve aderir" ao princípio da inviolabilidade das fronteiras, independentemente de estarem "a leste ou a oeste", insistiu o chefe do governo alemão, em alusão tanto à Rússia quanto aos Estados Unidos.

O presidente russo, Vladimir Putin, "violou esse princípio" ao invadir a Ucrânia, o que trouxe "a guerra" para a Europa, acrescentou.

O secretário de Estado em fim de mandato dos Estados Unidos, Antony Blinken, rejeitou as ameaças do presidente eleito e afirmou que isso não aconteceria.

"A ideia expressa sobre a Groenlândia obviamente não é boa, mas talvez o mais importante seja que isso obviamente não vai acontecer", disse ele em uma coletiva de imprensa em Paris.

O chanceler dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, por sua vez, afirmou que seu país estava "aberto a um diálogo" com Washington para salvaguardar os interesses dos Estados Unidos no Ártico.

Agence France-Presse
AF
postado em 08/01/2025 15:00
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