ESTADOS UNIDOS

"Golfo da América" e tomada do canal do Panamá: as polêmicas de Trump em conferência

Em segunda entrevista coletiva depois das eleições, o presidente eleito dos EUA afirmou que vai renomear o Golfo do México e emitiu outras declarações polêmicas 

Donald Trump em segunda entrevista coletiva desde eleição, na residência de Mar-a-Lago, na Flórida -  (crédito: Reprodução)
Donald Trump em segunda entrevista coletiva desde eleição, na residência de Mar-a-Lago, na Flórida - (crédito: Reprodução)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu, nesta terça-feira (7/1), a perguntas da imprensa norte-americana na residência de Mar-a-Lago, na Flórida. Dentre as declarações polêmicas emitidas, o republicano disse que pretende mudar o nome do Golfo do México para "Golfo da América".  

Esta foi a segunda entrevista coletiva desde que Trump venceu as eleições, em novembro. Aos repórteres, ele afirmou que vai renomear o maior golfo do mundo, entrada do oceano cercada por terras da América do Norte e da América Central, com mais de 1 milhão de km² em superfície cujo subsolo é rico em petróleo.  

O presidente eleito também disse que não vai descartar o uso de força militar para retomar o Canal do Panamá, que é controlado pelo governo panamense desde o fim dos anos 1990, mas, segundo Trump, “foi construído para o Exército dos Estados Unidos”. Ele afirma, sem nenhuma evidência, que o canal “está sendo operado pela China” e que “dá-lo ao Panamá foi um grande erro”. 

Além disso, o republicano ameaçou a Dinamarca, que administra a Groenlândia, com tarifas, a fim de que o país europeu entregue a ilha, a qual afirmou ser necessária à segurança nacional dos EUA. 

A aplicação de “tarifas substanciais também foi ameaça ao México e ao Canadá. Trump disse que o governo mexicano não está trabalhando o suficiente para impedir que drogas atravessem a fronteira.  

Trump anunciou investimento multibilionário de Dubai em data centers em estados norte-americanos; e criticou Biden por continuar agindo como presidente durante a transição de governos e por “não saber fazer nada”. Trump afirmou, por exemplo, que a guerra da Ucrânia não teria ocorrido se ele estivesse no comando do país — embora, de acordo com o New York Times, os países já estivessem em conflito durante o primeiro mandato dele, findado em 2021. 

Sobre o Oriente Médio, ele disse que, quando assumir o cargo, no dia 20 de janeiro, “o inferno vai explodir” se reféns israelenses em Gaza não tiverem sido liberados pelo Hamas. 

Donald Trump também acusou o FBI e o Hezbollah do ataque ao Capitólio, em janeiro de 2021, e não respondeu se perdoaria os acusados pelos crimes ocorridos; criticou a justiça norte-americana, principalmente o juiz Juan Merchan, de Nova York, que julga caso envolvendo o republicano e uma ex-atriz pornô; e reclamou que votos da eleição ainda estariam sendo contados, apesar de todos os 50 estados terem confirmado os respectivos resultados e os enviado ao Congresso. 

Para o New York Times, o repórter Jonathan Swan disse que algumas das declarações do presidente eleito durante a conferência, principalmente as relacionadas à tomada de territórios, “parecem ‘trolagem’ ou piadas, pelo menos inicialmente, mas então geralmente fica claro que ele realmente quer tentar (fazer) essas coisas”. 

Lara Perpétuo
LP
postado em 07/01/2025 16:59
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