O Exército israelense confirmou, nesta quinta-feira (2), que dezenas de seus soldados foram transportados de helicóptero para a Síria em setembro para destruir uma fábrica subterrânea de mísseis financiada pelo Irã, uma instalação que Israel monitorava há anos.
Desde a queda do presidente sírio Bashar al Assad, deposto em 8 de dezembro por uma coalizão rebelde liderada por islamistas, Israel realizou centenas de ataques na Síria contra instalações militares. Com esses ataques, o país afirma que busca evitar que o arsenal do governo anterior caia nas mãos das novas autoridades.
Israel costuma não comentar sobre seus ataques na Síria, mas em várias ocasiões declarou que não permitiria que o Irã, seu grande inimigo, expandisse sua presença neste país.
Mais de 100 soldados participaram da incursão em 8 de setembro. Após aterrissarem nas instalações da fábrica, localizada em Masyaf, no noroeste da Síria, destruíram o local, informou o exército em um comunicado.
"É um dos contra-ataques mais importantes que realizamos contra as tentativas do eixo iraniano de se armar para nos prejudicar, e demonstra nossa determinação e audácia de agir em qualquer lugar para nos proteger", afirmou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em um comunicado.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos relatou na época as mortes de 27 pessoas nesta operação.
O Exército israelense não divulgou um balanço de vítimas.
O objetivo da missão era um complexo subterrâneo financiado pelo Irã que abrigava "linhas de montagem avançadas criadas para fabricar mísseis guiados de precisão e foguetes de longo alcance" que "aumentavam significativamente o fornecimento de mísseis para o [grupo islamista libanês] Hezbollah e outros grupos terroristas iranianos na região", detalharam as forças armadas israelenses.
"A maioria dos componentes vinha do Irã", declarou o tenente-coronel Nadav Shoshani, porta-voz do Exército, e acrescentou que a fábrica tinha capacidade para produzir centenas de mísseis por ano.