Levantamento

Mais de 1,7 mil jornalistas foram mortos nos últimos 20 anos

Levantamento da ONG Repórteres sem Fronteiras também aponta que, apenas em 2024, 54 jornalistas foram mortos. Até 1º de dezembro, 31 jornalistas morreram em zonas de conflito

Um levantamento realizado pela organização não governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras (RSF) revelou nesta sexta-feira (13/12) que, nos últimos 20 anos, mais de 1,7 mil jornalistas foram assassinados no mundo trabalhando ou em razão de suas funções. 

Apenas em 2024, 54 jornalistas foram mortos – 52 homens e duas mulheres. Até 1º de dezembro, 31 jornalistas morreram em zonas de conflito, especialmente na Palestina – onde morreram 16 profissionais que cobriam o conflito entre Israel e o Hamas.

A RSF considera as forças armadas israelenses como a "principal agressora da liberdade de imprensa". "É o ano com o maior número de casos de jornalistas mortos no contexto de conflitos armados", disse o jornalista Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina, em entrevista à Agência Brasil.

O levantamento aponta que, além dos assassinatos de jornalistas na Palestina, foram mortos profissionais da mídia em diferentes partes do globo: Paquistão (sete), Bangladesh (cinco), México (cinco), Sudão (quatro), Birmânia (três), Colômbia (dois), Líbano (dois), Ucrânia (dois), Chade (um), Indonésia (um), Iraque (um) e Rússia (um).

O balanço também contabiliza que 550 jornalistas estão ou estiveram presos neste ano por causa da profissão, sendo 473 homens e 77 mulheres. O país com mais casos de profissionais presos é a China (124), seguida da Birmânia (61) e Israel (41).

Também há 55 jornalistas feitos refém. 53 deles são cidadãos do país onde foram sequestrados. Trinta e oito casos foram registrados na Síria, e o principal agente sequestrador do mundo é o Estado Islâmico (25), aponta o Repórteres sem Fronteiras. 

Noventa e cinco jornalistas estavam desaparecidos em 1º de dezembro (88 homens e sete mulheres). A maioria desses profissionais desapareceu em seu próprio país. O balanço do RSF mostra que 39 desaparecimentos aconteceram nas Américas, especialmente no México (30 casos).

Apesar do Brasil não ser citado no relatório, Artur Romeu reitera que, "de maneira nenhuma, nos faz considerar que o Brasil é um país seguro para o exercício da imprensa". Ele cita episódios de intimidações e ameaças em ambiente digital. No período de campanha eleitoral para prefeitos e vereadores, foram identificadas mais de 37 mil postagens ofensivas contra jornalistas nas redes sociais.

Com informações da Agência Brasil*

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