CRISE NA ÁSIA

Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; população protesta

Parlamento do país foi fechado e atividades políticas estão proibidas; líder diz que medida busca proteger território de "forças comunistas"

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, impôs lei marcial de emergência nesta terça-feira (3/12) para proteger o país de "forças comunistas". O parlamento do país está fechado e atividades políticas proibidas até segunda ordem. 

JUNG YEON-JE / AFP -
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Anthony Wallace/AFP -
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Segundo Yoon, a medida foi decretada "para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos antiestatais".

Semelhante ao estado de sítio no Brasil, a lei marcial proíbe atividades políticas, coloca veículos de imprensa sob controle do Estado e ordena que médicos em greve voltem ao trabalho em até 48 horas. 

Segundo a lei sul-coreana, a lei marcial pode ser decretada com a finalidade de "cumprir a necessidade militar ou manter a segurança e a ordem públicas" em casos em que a ordem social estiver perturbada. O decreto vale para "tempos de guerra, incidente ou outra emergência nacional equivalente".

A lei marcial foi anunciada após o Partido Democrata, de oposição, aprovar projeto de lei de redução orçamentária no comitê parlamentar de orçamento e apresenta moções de impeachment contra um auditor estadual e o promotor-chefe.

Luta pela democracia

Embora tenha se tornado um modelo de democracia oriental em contraponto com a vizinha Coreia do Norte, a Coreia do Sul tem uma história permeada pela militarização e domínio estadunidense. Após a Guerra da Coreia, na década de 1950, o território nasce como uma vitrine do capitalismo na Ásia sob forte comando militar dos Estados Unidos.

Após a saída dos militares, o país continua a ser dominado por representações norte-americanas. Em 1960, após uma revolução que tirou os EUA do poder, a Coreia do Sul ensaia uma transição democrática, quando é novamente dominada por um regime ditatorial.

As eleições diretas no país só ocorreram em 1987, semelhante ao Brasil, que teve o primeiro pleito nacional pós-ditadura militar, em 1989.

 

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