O líder dos rebeldes

Abu Mohammed al Jolani, o comandante-chefe do movimento  -  (crédito:  AFP)
Abu Mohammed al Jolani, o comandante-chefe do movimento - (crédito: AFP)

LEG: O líder Abu Mohammed al-Jolani é aclamado pela multidão: “Allahu akbar (Deus é o maior)”

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De origem rica, estudou nos melhores e mais caros colégios de Damasco, Abu Mohammed al Jolani, o líder da aliança rebelde islâmico, de 42 anos, é apontado como o responsável pela queda do regime do presidente Bashar al-Assad. Extremista, ele adotou uma posição mais moderada para alcançar seus objetivos. À frente do grupo Hayat Tahrir al Sham (HTS), que tem origem no braço sírio da Al Qaeda, Jolani afirmou desde o início que o objetivo de sua ofensiva era derrubar Assad.

Durante anos, o líder rebelde agiu nas sombras. Mas, nos últimos meses, assumiu os holofotes, dando entrevistas a veículos internacionais e deixando-se ver na segunda maior cidade da Síria, Aleppo. Com o passar dos anos, ele também parou de usar o turbante habitual dos jihadistas e deu preferência à vestimenta militar.

Desde que rompeu relações com a Al Qaeda em 2016, Jolani se colocar como mais moderado. Porém, não convence totalmente a comunidade internacional. "É um radical pragmático", afirmou à AFP Thomas Pierret, especialista em política islâmica. "Em 2014, estava no auge de sua radicalização", explica, em alusão ao período da guerra em que tentou rivalizar com o grupo extremista Estado Islâmico. "Desde então, moderou sua retórica", acrescenta.

Segundo ele, seu nome de guerra evoca suas raízes familiares nas Colinas de Golã, de onde seu avô teve que fugir após a anexação israelense da região, em 1967. De acordo com o portal de notícias Middle East Eye, Jolani começou a se sentir atraído pela retórica jihadista depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, quando começou a "assistir a sermões e debates clandestinos em subúrbios marginais de Damasco".

Depois da invasão norte-americana ao Iraque, o agora líder rebelde deixou a Síria para participar dos combates. Ali, uniu-se à Al Qaeda no Iraque, e passou cinco anos preso, o que o impediu de galgar posições na organização jihadista. Em março de 2011, quando explodiu a revolta contra Bashar al-Assad, voltou para seu país e fundou a Frente Al Nusra, braço sírio da Al Qaeda.


 

postado em 09/12/2024 06:00
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