Há 24 anos, o presidente Bashar al-Assad está no poder na Síria, "herdou" o cargo do pai Hafez, que dirigiu o país por mais de duas década, embora o chamado "herdeiro natural" fosse o irmão mais velho dele, Bassez, morto em um acidente de trânsito, em 1994. No comando com mãos de ferro, o sírio reprimiu com violência a revolta pró-democracia em 2011, a Primavera Árabe, que virou uma das guerras mais sangrentas do século. Desde então, eclodiu no país uma guerra civil com várias nuances próprias: disputas étnicas, religiosas e ideológicas.
Médico oftalmologista, Assad estudou em Londres e por anos. Era considerado um aluno brilhante e com futuro promissor. Lá conheceu a mulher, Asa, filha de um médico renomado, com quem teve três filhos - dois meninos e uma meninada. Considerado inteligente, culto e preparado, por anos apresentou-se como o protetor das minorias sírias, baluarte contra o extremismo e único provedor possível de estabilidade para um país devastado pela guerra. Nas várias eleições organizadas ao longo dos anos, era o mais votado.
Porém, as eleições realizadas apenas em territórios controlados pelo governo, foram consideradas irregulares pelas potências ocidentais e grupos de direitos humanos. Toru-se especialista militar e impôs um regime fechado no país: qualquer suspeita de dissidência poderia levar à rigorosa repressão.
Em 2011, quando houve a Primavera Árabe estourou a revolta, Assad impôs forte reação. O conflito armado se instalou no país, deixando mais de 500.000 mortos e provocou o deslocamento de metade da população. Mas a posição sobre os manifestantes e a oposição não mudou. Para o mundo, o pai de família justificou a necessidade de reagir aos "terroristas". Houve numerosas prisões e denúncias de abusos.
A gestão de Bashar al-Assad foi marcada por episódios de violência, opressão, desrespeito aos direitos humanos e muita repressão. Para se sustentar, contou com apoio da Rússia e do Irã de forma intensa. Vez por outra, países, como os Emirados Árabes se apresentavam para ajudá-lo. No entanto, o Líbano se manteve distante, embora vizinho e com as mesmas raízes históricas.