O presidente da Coreia do Sul, Yoon Sukyeol, decidiu, na manhã desta quarta-feira (4/12 — no horário do país), suspender a declaração de lei marcial feita por ele seis horas antes. A decisão foi anunciada por meio de uma transmissão ao vivo do gabinete presidencial, às 4h27 da manhã, segundo o horário coreano. A medida havia sido anunciada por ele às 22h23 da noite anterior (10h23, no horário de Brasília).
"A partir das 23h da noite passada (horário coreano), declarei a lei marcial com uma vontade resoluta de salvar o país contra forças antiestatais que tentam paralisar as funções essenciais do país e colapsar a ordem constitucional da democracia liberal”, disse o chefe de Estado. “No entanto, devido a pedido da Assembleia Nacional para suspender a lei marcial há pouco tempo, as tropas destacadas para assuntos de lei marcial foram retiradas. Aceitaremos imediatamente as exigências da Assembleia Nacional através da reunião do Gabinete e suspenderemos a lei marcial."
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Segundo ele, uma reunião de gabinete foi convocada imediatamente, mas, "como era de manhã cedo, o quórum para decisão ainda não foi alcançado; por isso, suspenderei a lei marcial o mais rápido possível". Por fim, pediu "à Assembleia Nacional que pare imediatamente com as ações ultrajantes que paralisam a função do Estado através de repetidos impeachment, manipulação legislativa e manipulação orçamental”.
Autoridades sul-coreanas pedem a responsabilização de Yoon Sukyeol, acusando-o de traição e pedindo a renúncia do presidente.
Retirada das tropas militares
Forças militares deixaram o estacionamento da Assembleia Nacional da Coreia do Sul, onde estavam desde o começo da madrugada (de acordo com o horário local), por volta das 3h30 desta terça-feira (3/12). É o que diz a agência de notícias sul-coreana Yonhap News.
Segundo o portal, os primeiros militares saíram do prédio por volta das 1h30 e dirigiram-se a um ônibus militar, que só deixou o estacionamento da Assembleia por volta das 3h30 (15h30, de acordo com o horário de Brasília) — duas horas e meia após a aprovação da resolução que exigiu a suspensão da lei marcial.
- Leia também: Por que Coreia do Sul declarou lei marcial no país
Durante esse período, enquanto carros militares estavam estacionados, foram espalhados rumores de que militares poderiam retornar ao prédio da Assembleia, uma vez que, de acordo com o que o diretor do Centro Militar de Direitos Humanos esclareceu às 2h56 no X (antigo Twitter), o Exército não havia suspendido chamadas.
Civis chegaram a tentar bloquear a passagem de veículos pelo estacionamento e até entraram em conflito com militares no local. A polícia estimou, de forma não oficial, que cerca de 4 mil pessoas se reuniram próximo à Assembleia ao longo da madrugada para protestar.
O presidente da Confederação Coreana de Sindicatos anunciou que entraria em greve geral até que o presidente Yoon Sukyeol renunciasse, e uma manifestação com o mesmo propósito foi anunciada por populares.
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