De acordo com o portal sul-coreano YTN, oficiais militares da Coreia do Sul disseram que lei marcial no país vai permanecer em vigor até que o próprio presidente Yoon Sukyeol, que a decretou na manhã desta terça-feira (3/12) — segundo o horário de Brasília —, a suspenda. Mais cedo, 190 parlamentares que conseguiram entrar na Assembleia Nacional antes de ela ser sitiada votaram contra a medida.
Por volta das 23h do horário do país, o presidente Yoon Sukyeol, da Coreia do Sul, declarou lei marcial de emergência — que estabelece controle militar e restringe direitos civis —, acusando a esquerda sul-coreana de rebelião e simpatia pela Coreia do Norte.
Apesar de a decisão suspender o direito de assembleia e de forças militares terem cercado o parlamento a fim de impedir sessão extraordinária, 190 parlamentares conseguiram entrar no prédio e votar contra a lei marcial. Em teoria, então, ela estaria revogada; após a votação, segundo repórter baseado em Seul, capital do país, publicou no X, o orador do parlamento disse aos soldados que “agora que a lei marcial foi anulada, vocês precisam ir embora”.
O ex-presidente Moon Jaein também usou o X para divulgar uma nota em que, “como antigo comandante das Forças Armadas”, urge para que a lei marcial seja suspensa.
“As forças militares não deveriam repetir seus erros contra o povo”, escreveu ele. “As forças militares não deveriam ser mobilizadas para declarar uma lei marcial anticonstitucional. Especialmente, não deveriam intervir nas atividades da Assembleia Nacional e seus membros, que têm o poder constitucional de demandar a suspensão da lei militar. Às forças militares urge que cumpram seus deveres originais em seus lugares. Por favor, tenham em mente que é dever e missão dos militares neste momento se preparar para a crise de segurança causada pela declaração de uma lei marcial anticonstitucional.”
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— ??? (@moonriver365) December 3, 2024
O The Washington post replicou notícia da mídia local YTN por volta das 14h (2h da manhã desta quarta, na Coreia): “Autoridades militares sul-coreanas dizem que a lei marcial permanecerá em vigor até que o presidente Yoon Sukyeol a suspenda, apesar da maioria dos votos do parlamento contra”. De acordo com a Constituição do país, o presidente deve obedecer quando a Assembleia Nacional exigir a suspensão da lei marcial com voto majoritário — pelo menos 151 dos 300 membros.
- Leia também: Por que Coreia do Sul declarou lei marcial no país
O presidente Yoon Sukyeol ainda não se manifestou sobre a decisão do parlamento.
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