EUA

Primeira deputada trans dos EUA não poderá usar o banheiro feminino no Capitólio

Mulheres trans serão banidas de frequentar banheiros e vestiários femininos do Capitólio

Mesmo ainda faltando dois meses para tomar posse do cargo, a democrata Sarah McBride, primeira deputada trans eleita nos Estados Unidos, está sendo alvo de preconceito pelos republicanos do Congresso do país. O presidente da Câmara, Mike Johnson, ditou uma regra que proíbe a congressista e funcionários transgêneros de usarem banheiros femininos do local. A determinação foi feita no dia destinado a homenagear pessoas trans vítimas de intolerância.

Nancy Mace, deputada republicana, foi a responsável por apresentar uma resolução para banir que mulheres trans frequentem banheiros e vestiários femininos do Capitólio, provocando uma pressão que levou Johnson a anunciar uma decisão adiantada, a fim de encerrar o assunto. Em um comunicado, John disse que "as mulheres merecem espaços exclusivos para mulheres".

"Eu sei o quão vulneráveis mulheres e meninas são em espaços privados", disse Nancy Mace em declaração. "Então, eu, absolutamente, vou ficar no caminho de qualquer homem que queira estar em um banheiro feminino, em nossos vestiários, eu estarei lá lutando contra você a cada passo do caminho."

Encorajada pela vitória de Donald Trump, a republicana afirmou que há planos de apresentar um projeto de lei mais amplo, levando a proibição em todas as repartições federais. Durante a campanha eleitoral, o presidente Trump prometeu banir atletas trans de esportes femininos, impedir o ingresso nas forças armadas e limitar o acesso aos cuidados de saúde para transgêneros.

A deputada Marjorie Taylor Greene, extremista da bancada republicana, prestou apoio a Nancy Mace e ameaçou partir para a violência física se uma mulher trans fosse flagrada em um banheiro feminino.

Na rede social X (antigo Twitter), Sarah McBride disse: "Não estou aqui para brigar por banheiros. Estou aqui para lutar pelos moradores de Delaware e para reduzir os custos enfrentados pelas famílias". O principal democrata da câmara, Hakeem Jeffries, chamou o projeto de lei de "bullying" e disse que se tratava de um flagrante de uma tentativa dos republicanos desviarem a atenção do fato de que eles não tem soluções reais para o que os americanos estão enfrentando.

Leia a declaração de Sarah McBride na íntegra:

"Não estou aqui para brigar por banheiros. Estou aqui para lutar pelos moradores de Delaware e para reduzir os custos enfrentados pelas famílias. Como todos os membros, seguirei as regras conforme delineadas pelo Presidente Johnson, mesmo que eu discorde delas.

Esse esforço para desviar a atenção dos problemas reais que este país enfrenta não me distraiu nos últimos dias, pois continuei trabalhando duro, me preparando para representar o maior estado da união em janeiro.

Servir no 119º Congresso será a honra de uma vida — e continuo ansiosa para conhecer meus futuros colegas de ambos os lados do corredor. Cada um de nós foi enviado porque os eleitores viram algo em nós que eles valorizam. Adorei ver essas qualidades em cada membro em janeiro. Espero que todos os meus colegas busquem fazer o mesmo comigo.

— Congressista eleita de Delaware, Sarah McBride."

*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes

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