A maior restauração da obra-prima de Rembrandt, Ronda Noturna (The Night Watch), está em andamento no Rijksmuseum, em Amsterdã.
Após cinco anos de pesquisa usando técnicas como imagem digital e inteligência artificial, oito restauradores começarão a Operação Night Watch removendo o verniz da pintura — à vista do público, dentro do espaço envidraçado na The Night Watch Room.
"O início da restauração é emocionante", disse o diretor-geral do Rijksmuseum, Taco Dibbits.
"A remoção do verniz revelará a história cheia de acontecimentos de Ronda Noturna Será uma experiência única para o público acompanhar esse processo de perto."
O verniz, aplicado durante uma restauração realizada entre 1975 e 1976, será removido usando panos de microfibra e cotonetes.
O processo segue anos de pesquisa científica, testes em outras pinturas e testes no próprio quadro.
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Feita para o Arquebusiers Guild Hall de Amsterdã, a pintura a óleo de Rembrandt van Rijn de 1642 é uma das primeiras a retratar um grupo em ação.
Um capitão, vestido de preto, está dizendo ao seu tenente para começar a marcha da companhia. E os guardas estão se movendo em formação.
Rembrandt usa a luz para focar em detalhes particulares, como a mão gesticulando do capitão e a jovem, uma mascote, ao fundo.
O nome original da pintura é Militia Company of District II under the Command of Captain Frans Banninck Cocq — mas ficou conhecida como Ronda Noturna, no século XVIII.
A obra de arte foi revestida com um verniz escuro e acumulou sujeira ao longo dos anos.
Ácido pulverizado
A Ronda Noturna foi atacada com uma faca, em 1911 e, novamente, em 1975, quando a tela sofreu 12 cortes.
Em 1990, um homem borrifou ácido na pintura, mas desta vez, graças à rápida intervenção de um guarda, apenas o verniz foi danificado.
A Ronda Noturna foi tratada pelo menos 25 vezes — mas o atual projeto de pesquisa e restauração é o mais extenso já feito.
A pintura recebe mais de dois milhões de visitantes todos os anos no museu holandês.