Líbano

Bebê brasileira morre no Líbano após ataque de Israel, diz Itamaraty

O conflito no país já causou a morte de ao menos três brasileiros, todos menores de idade e vitimados por ataques israelenses

O Itamaraty anunciou, nesta segunda-feira (4/11), a morte de uma bebê brasileira de um ano em Beirute. Fátima Abbas foi vítima de um ataque israelense que ocorreu no sábado (2/11) no subúrbio de Hadeth, ao sul da capital do Líbano.

A bebê é filha do brasileiro Bassam Ali Abbas. Ela, o pai e a mãe, estavam em um carro, em Beirute, quando foram atingidos por um ataque de Israel. Ao g1, o avô da vítima, Ali Abbas, contou que a família esperava repatriação para o Brasil e detalhou o bombardeio que tirou a vida da neta.

“Minha neta estava na cadeirinha, no banco de trás, meu filho com a esposa estavam na frente e aconteceu o bombardeio. Ai veio um pedaço daquele míssil na barriga da minha neta. Eles correram para o hospital e fizeram cirurgia, mas estava sangrando muito. Deram 48 horas para ver se parava o sangramento. Mas ela não resistiu”, relatou o avô ao g1. 

O Itamaraty publicou nota de pesar sobre o caso. "Ao expressar à família de Fatima Abbas as mais sentidas condolências e estender toda a sua solidariedade, o governo brasileiro reitera a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos e injustificados ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano e renova o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades", declarou o Ministério das Relações Exteriores.

Antes do anúncio do Itamaraty, grupos contrários aos ataques de Israel no Líbano e em Gaza já denunciavam a morte da bebê brasileira. "A pequena Fátima ficou ferida ontem num ataque aéreo israelense, mas hoje sucumbiu aos ferimentos", disse o grupo Mothers Against Genocide — Mães contra o genocídio, em tradução livre, em uma publicação que acompanha a foto da vítima. 

Arquivo pessoal -
Arquivo pessoal -

O conflito no Líbano causou a morte de três brasileiros, todos menores de idade e vitimados por ataques israelenses. Segundo as autoridades do país, mais de 2.800 pessoas foram mortas desde o início dos ataques.

No domingo (3/11), Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, visitou a fronteira israelense-libanesa pela segunda-vez desde o início do conflito, em setembro. A primeira foi em 6 de outubro.

"Quero ser claro: com ou sem acordo [de cessar-fogo], a chave para restaurar a paz e a segurança no norte [de Israel] está, acima de tudo, em manter o Hezbollah afastado para além do rio Litani, em reagir a qualquer tentativa de sua parte de se rearmar e de replicar com firmeza toda operação contra nós", afirmou o líder a soldados israelenses.

No mesmo dia, o Ministério da Saúde libanês informou que três pessoas foram mortas e nove ficaram feridas em um bombardeio em Haret Saida, região densamente povoada.

Na sexta-feira (1º/11), o Ministério da Saúde informou a morte de 52 pessoas após bombardeios israelenses no leste do país, região para os quais Israel não emitiu avisos prévios de evacuação.

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