Quincy Jones, músico e produtor que trabalhou com Michael Jackson, Frank Sinatra e muitos outros grandes nomes da indústria, morreu aos 91 anos.
O agente de Jones, Arnold Robinson, disse que ele "faleceu pacificamente" na noite de domingo (3/11) em sua casa em Bel Air, Los Angeles.
"Hoje à noite, com o coração cheio, mas partido, devemos compartilhar a notícia do falecimento de nosso pai e irmão Quincy Jones. E embora esta seja uma perda incrível para nossa família, celebramos a grande vida que ele viveu e sabemos que nunca haverá outro como ele", disse a família em um comunicado.
Jones ficou mundialmente conhecido por produzir o álbum Thriller de Michael Jackson. Ao longo de sua carreira, ele ganhou 28 prêmios Grammy e foi nomeado um dos músicos de jazz mais influentes do século 20 pela revista Time.
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Quincy trabalhou em estreita colaboração com Frank Sinatra no início de sua carreira e fez parte do relançamento do clássico do cantor Fly Me To The Moon, levando-o de uma valsa para um swing.
No filme O Feiticeiro, Jones trabalhou ao lado de Michael Jackson quando o cantor tinha apenas 19 anos. Ele então produziu o álbum Off the Wall de Jackson, que vendeu 20 milhões de cópias.
Ele também produziu outros sucessores do astro pop, como Thriller e Bad.
O produtor americano também trabalhou com estrelas da música do Brasil, como Milton Nascimento, Ivan Lins e a cantora Simone.
Jones e Milton mantiveram uma relação de amizade desde 1967. Durante a pandemia, o músico brasileiro postou em seu Instagram um print de uma chamada de vídeo que recebeu do americano.
Outro brasileiro que fez parte da história musical de Quincy Jones é o percursionista Paulinho da Costa. O músico era constantemente convidado pelo produtor americano para participar de gravações em estúdio e colaborou com a trilha sonora de O Feiticeiro
Jones ainda ganhou um Grammy por uma versão da música Velas de Ivan Lins e convidou a cantora brasileira Simone para participar de duas edições do tradicional Montreux Jazz Festival.
"Simone é demais, eu simplesmente a adoro. Ela vai fundo, penetra na alma”, declarou Jones em uma entrevista em 1994.
Em 1985, Jones reuniu 46 dos cantores mais populares dos Estados Unidos na época, incluindo Jackson, Bruce Springsteen, Tina Turner e Cyndi Lauper para gravar We Are the World.
Jones coescreveu a música para arrecadar dinheiro para aqueles que sofriam com uma fome devastadora na Etiópia.
O hit alcançou o primeiro lugar no Reino Unido e nos EUA e foi tocado no Live Aid, shows realizados no Reino Unido e nos Estados Unidos para arrecadação de fundos para a causa.
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