Celeste Caeiro, símbolo da 'Revolução dos Cravos', que pôs fim ao regime ditatorial português, morreu nesta sexta-feira (15/11) aos 91 anos. Caeiro ficou conhecida por ter distribuído cravos aos soldados que se rebelaram contra o ditadura portuguesa em 1974.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Celeste compartilhou a história em várias entrevistas após a revolução. Ela relatou que trabalhava em um restaurante em Lisboa que se preparava para a festa de inauguração. Em virtude disso, os proprietários adquiriram cravos para a equipe, que era composta em maioria por mulheres. Contudo, em razão da revolta dos soldados contra a ditadura, a festa de aniversário foi cancelada, e Celeste acabou levando todas as flores para casa.
Em determinado momento, ela foi abordada por um dos soldados que lhe pediu um cigarro. Como não tinha um, decidiu lhe oferecer um cravo. Outros militares que passavam por Celeste também receberam flores. Muitos deles escolheram enfiar os cravos nos canos dos rifles e nos tanques. A partir disso, floristas começaram a oferecer mais cravos aos rebeldes. O caso repercutiu nas capas dos jornais ao redor do mundo.
Em abril de 2023, durante as celebrações dos 50 anos da revolução, Celeste repetiu a ação e, no meio de uma multidão comemorando a data, entregou um cravo vermelho a soldados e policiais que acompanhavam a manifestação.
Em nota, o Partido Comunista Português lamentou a morte e prestou solidariedade à família. "Militante Comunista, mulher trabalhadora, de convicções fortes, a camarada Celeste enfrentou uma vida de dificuldades com perseverança. A sua generosidade e afabilidade ficará na memória de todos", afirmou o comunicado do partido.