Corrida à Casa Branca

Trump aposta nos subúrbios e conquista os sete estados-pêndulo

Com a vitória no Arizona, presidente eleito soma 312 delegados e amplia vitória sobre Kamala Harris, que fica para trás com 226. Resultado indica fortalecimento republicano em regiões com tendência democrata

O magnata levou vantagem em Wisconsin, Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte, Geórgia, Nevada e, por último, no Arizona -  (crédito:  AFP)
O magnata levou vantagem em Wisconsin, Pensilvânia, Michigan, Carolina do Norte, Geórgia, Nevada e, por último, no Arizona - (crédito: AFP)

Donald Trump garantiu uma vitória crucial no estado do Arizona nas eleições presidenciais, confirmando ampla vantagem no Colégio Eleitoral. Com esse resultado, o republicano venceu em todos os sete estados-pêndulo, acumulando 312 delegados contra 226 da vice-presidente democrata Kamala Harris, segundo estimativas das redes CNN e NBC.

Após quatro dias de contagem de votos, as projeções indicam que Trump conquistou os 11 votos do Colégio Eleitoral do Arizona, um estado historicamente republicano, mas que havia se inclinado a favor de Joe Biden em 2020. A vitória representa uma virada significativa em relação às eleições passadas e reforça o domínio do magnata nos estados decisivos, que incluem, ainda, Pensilvânia, Wisconsin, Michigan, Carolina do Norte, Nevada e Geórgia.

"(O resultado) demonstra o desgaste da concertação democrata da última eleição. Trump ganhou por ter conseguido aumentar seus votos entre subúrbios das grandes cidades, latinos e afroamericanos, que tinham sido importantes na eleição de Biden. Por quê? Principalmente, pelo aumento do custo de vida e a negligência dos democratas em reconhecer o quão frustradas as pessoas estavam", avalia Rafael Ioris, professor de história e política da Universidade de Denver, nos Estados Unidos.

Além da vitória eleitoral, Trump venceu no voto popular, superando Harris por uma diferença de, aproximadamente, quatro milhões de votos. Os republicanos não só asseguraram a presidência como também recuperaram o controle do Senado e podem manter sua maioria na Câmara dos Representantes. 

Nomes descartados

Na noite de sábado (9/11), Trump afirmou que "não convidará" seus ex-colaboradores Mike Pompeo, ex-secretário de Estado, e Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU) e sua adversária nas primárias republicanas, para integrar o novo gabinete. 

"Não vou convidar a ex-embaixadora Nikki Haley, ou o ex-secretário de Estado Mike Pompeo, para se juntar à administração Trump, que está atualmente em formação. Eu gostei muito e apreciei trabalhar com eles anteriormente, e gostaria de agradecê-los por seu serviço ao nosso país. Torne a América grande novamente!", publicou em seu perfil na rede social The Truth.

O presidente eleito fez sua primeira nomeação importante na última semana, escolhendo Susie Wiles, que arquitetou sua campanha, como chefe de gabinete — cargo estratégico nunca antes ocupado por uma mulher. Outros possíveis favoritos para integrar a equipe são Robert F. Kennedy Jr., sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy e ex-candidato independente alinhado a Trump, e o bilionário Elon Musk, que contribuiu diretamente para a vitória do republicano. Novos membros devem ser anunciados nos próximos dias.

EUA ataca houthis no Iêmen

Uma série de bombardeios aéreos por parte dos Estados Unidos foram registrados na madrugada de sábado (9/11) para domingo (10/11) contra instalações de armazenamento de armas dos rebeldes houthis no Iêmen, conforme o Departamento de Defesa dos EUA. Segundo a rede houthi Al Massira, três ataques ocorreram em vários bairros da capital, Sanaa. 

Sofisticadas, as armas usadas no ataque eram utilizadas por grupos apoiados pelo Irã contra embarcações civis e militares no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, revelou um alto funcionário da defesa dos EUA à Agence France-Presse

Os houthis, que controlam grande parte do Iêmen, lançam ataques frequentes contra Israel e navios que consideram associados ao país, e afirmam agir em solidariedade ao grupo islamista palestino Hamas na guerra contra as forças israelenses na Faixa de Gaza. 

Em resposta, EUA e Reino Unido lançaram bombardeios frequentes contra instalações houthis, mas, até o momento, não conseguiram atingir a capacidade operacional do movimento.

Prazo dos EUA para Israel se aproxima

Estados Unidos cobra Israel para permitir mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza
Estados Unidos cobram Israel para permitir mais ajuda humanitária na Faixa de Gaza (foto: AFP)

Dezenas de pessoas morreram ontem (10/11) após novos bombardeios de Israel na Faixa de Gaza e no Líbano. Em Gaza, ataques aéreos contra duas casas deixaram 30 mortos, incluindo 13 crianças, de acordo com a Defesa Civil palestina. Já no território libanês, pelo menos 20 pessoas, incluindo três crianças, foram mortas na vila de Aalmat, ao norte da capital Beirute, de acordo com o Ministério da Saúde local. A tensão aumenta com o encerramento do prazo, na quarta-feira, dado pelos Estados Unidos para Israel permitir a entrada de ajuda humanitária na região. Caso contrário, pode ser retido parte dos bilhões de dólares de assistência militar americana.

postado em 11/11/2024 06:01
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