Estados Unidos

Trump começa a formar gabinete e anuncia Susie Wiles

A imprensa norte-americana especula sobre os outros nomes para cargos-chave na nova administração. O bilionário Elon Musk — dono da Tesla, da SpaceX e da rede social X — foi convidado e aceitou supervisionar uma ampla reforma do governo federal

Donald Trump com Susie Wiles (E), estrategista de sua campanha: nomeada chefe de gabinete  -  (crédito: Jim Watson/AFP)
Donald Trump com Susie Wiles (E), estrategista de sua campanha: nomeada chefe de gabinete - (crédito: Jim Watson/AFP)

Donald Trump passou os últimos dois dias recluso em sua mansão de Mar-a-Lago, na Flórida, em reuniões com assessores para delinear o próximo gabinete da Casa Branca. No início da noite de ontem, os encontros começaram a dar resultado. O presidente eleito republicano anunciou o primeiro nome da equipe que o ajudará a governar os Estados Unidos entre 2025 e 2028. Susie Wiles, 67 anos, diretora de campanha de Trump foi nomeada para o cargo estratégico de chefe de gabinete da Casa Branca.

"Susie é forte, inteligente, inovadora e é universalmente admirada e respeitada", afirmou o republicano, por meio de um comunicado. "Seguirá trabalhando incansavelmente para tornar os Estados Unidos grandes novamente. É uma honra merecida ter Susie como a primeira chefe de gabinete na história dos Estados Unidos", acrescentou. No discurso de vitória, Trump disse que Susie "não está escondida".

A imprensa norte-americana especula sobre os outros nomes para cargos-chave na nova administração. Há duas certezas: o bilionário Elon Musk — dono da Tesla, da SpaceX e da rede social X — foi convidado e aceitou supervisionar uma ampla reforma do governo federal, a fim de enxugar a máquina pública; Robert F. Kennedy Jr., sobrinho do ex-presidente John Fitzgerald Kennedy, é cotado para comandar a Secretaria da Saúde.

O Departamento de Estado ou o Conselho de Segurança Nacional deve ficar sob a tutela de Richard Grenell. Ex-embaixador dos Estados Unidos na Alemanha, Grenell, 58, também ocupou o cargo de diretor interino de Inteligência Nacional dos Estados Unidos. O nome de Tom Cotton, 47, senador pelo Arkansas, é considerado um dos favoritos para a Secretaria da Defesa. O congressista desempenhou papel relevante nas Comissões do Judiciário, de Inteligência e dos Serviços Armados no Congresso. A pasta da Energia pode ficar com Doug Burgum, governador de Dakota do Norte.

Lealdade

"O nome de Susie Wiles me parece bom. Ela é leal a Trump e tem a confiança dele", disse ao Correio Timothy Hagle, professor de ciência política da Universidade de Iowa. Segundo ele, a lealdade será um ponto crucial, que o presidente eleito levará em consideração. "Isso porque alguns de seus assessores, durante o último governo, mostraram-se desleais. É possível que Trump esteja de olho em alguns senadores e governadores para preencher o gabinete", avaliou.

Hagle acredita que um governador de um estado rural pode servir como secretário da Agricultura. "Trump precisará ser cuidadoso sobre considerar a nomeação de senadores. Mas, não pode correr o risco de perder a maioria republicana no Senado", advertiu.

O professor de Iowa descarta a priorização de figuras conservadoras. "Algumas das visões de Trump nem sempre estão alinhadas com posições conservadoras. Em alguns cargos, como as pastas da Defesa ou do Estado, ele provavelmente buscará pessoas fortes, que tenham a habilidade e a vontade de adotar suas políticas", disse Hagle. Para a chefia da chancelaria americana, o estudioso aposta que Trump quer um nome sólido, mas com o cuidado de não se envolver diretamente em guerras no exterior. "Isso significa que ele não quer um 'falcão' no Departamento de Estado. Por outro lado, a pasta da Defesa será preenchida por alguém disposto a usar o poderio militar dos EUA quando necessário."

Ivanka, filha de Trump, rejeitou fazer parte do governo. O envolvimento dos outros filhos, Don e Eric, também é improvável. "As regras de nepotismo em Washington provavelmente coibiriam posições oficiais. A confirmação de nomes precisa do voto da maioria no Senado. Os democratas travariam uma batalha para barrar essas nomeações", concluiu Hagle. 

Prováveis nomes para a equipe 

A chefia da equipe de transição

O bilionário Howard Lutnick , 63 anos, CEO da firma de serviços Cantor Fitzgerald, doou mais de US$ 10 milhões para a campanha de Trump e ajudou a arrecadar cerca de US$ 75 milhões. Trump e Howard são amigos — o executivo chegou a participar do programa O Aprendiz, que era apresentado pelo presidente eleito dos EUA. Howard vai liderar os esforços de transição. Ex-administradora da Agência de Pequenos Negócios dos Estados Unidos, Linda McMahon terá a missão de supervisionar a política. 

A PRIMEIRA NOMEAÇÃO: Chefe de gabinete - Susie Wiles

A arquiteta do retorno de Trump à Casa Branca, a estrategista política Susie Wiles foi confirmada, na noite de ontem, como chefe de gabinete da Casa Branca. 

OUTROS COTADOS

Elon Musk

O executivo dono da Tesla, da SpaceX e da rede social X aceitou a missão dada por Trump de fazer uma "auditoria completa" da administração federal e reformá-la drasticamente. É uma forma de reconhecimento republicano pelos esforços de Musk para elegê-lo. O bilionário gastou mais de US$ 110 milhões da própria fortuna para financiar a campanha e sorteou US$ 18 milhões entre eleitores registrados nos sete estados-pêndulo, cruciais para a eleição. 

Robert F. Kennedy Jr. 

Durante a campanha, Trump se comprometeu a dar um "papel importante" ao sobrinho do ex-presidente John Fiztgerald Kennedy, Robert Kennedy Jr., na área da saúde. Antivacina e conhecido por difundir teorias da conspiração, era um candidato independente nas eleições presidenciais, mas retirou-se da corrida em favor de Trump. "Ele vai dar sua saúde à América", disse o presidente eleito na madrugada desta quarta-feira. Uma das primeiras medidas de Robert Kennedy seria retirar o flúor da água. 

Secretário de Estado ou Conselho de Segurança Nacional

O nome de Richard Grenell, ex-embaixador dos Estados Unidos na Alemanha e um de seus ferrenhos defensores, está cotado para o cargo de conselheiro de Segurança Nacional ou de secretário de Estado. Aos 58 anos, Grenell também ocupou o cargo de diretor interino de Inteligência Nacional dos Estados Unidos. 

Secretário da Defesa

O nome do senador Tom Cotton, 47 anos, natural do Arkansas, é cotado para liderar a pasta da Defesa. O congressista desempenhou papel relevante nas Comissões do Judiciário, de Inteligência e dos Serviços Armados. 

Secretário de energia

Trump deve escolher Doug Burgum, governador do estado de Dakota do Norte, para liderar a pasta, segundo a imprensa norte-americana. 

 

postado em 08/11/2024 06:00
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