Diplomacia internacional

China manda par de pandas aos EUA como estratégia diplomática

O envio de pandas pela China para outros países ao redor do mundo é conhecido como "diplomacia dos pandas", estratégia usada há décadas por Pequim para construir relações com outras nações

Dois pandas-gigantes de três anos, chamados Bao Lie e Qing Bao, chegaram a Washington nesta terça-feira (15/10), mandados pela China ao país. Os animais vão morar no Zoológico Nacional Smithsoninan, na capital norte-americana.

O envio de pandas chineses para outros países ao redor do mundo é conhecido como "diplomacia dos pandas", estratégia usada há décadas por Pequim para construir relações com outras nações.

Bao Li e Qing Bao, por exemplo, foram enviados aos Estados Unidos como uma parte de um novo acordo de reprodução e pesquisa entre os dois países, com duração de 10 anos. O acordo anterior venceu no ano passado, após a China ter recolhido três pandas que estavam em Washignton.

De acordo com a Associação Chinesa de Conservação da Vida Selvagem, "a comida preparada para a viagem inclui pão de milho, bambu e cenouras, além de água e medicamentos". Os dois pandas devem ficar em quarentena e aclimantação antes de serem apresentados ao público.

Ainda não se sabem os termos exatos do acordo entre China e Estados Unidos. Em outras negociações de 10 anos, os chineses recebiam US$1 milhão (R$5,66 milhões) por ano, por urso. Além disso, qualquer filhote nascido em zoológicos estrangeiros é devolvido à China antes de completar quatro anos.

"Diplomacia dos Pandas"

Os primeiros animais usados como parte da estratégia de aproximação com outros países foram dois pandas enviados aos Estados Unidos em 1941, um pouco antes de o país entrar na 2ª Guerra Mundial. O par teria sido um presente de "agradecimento" da China.

Durante a década de 1950, Mao Tse Tung costumava enviar pandas como presentes aos aliados comunistas do país, tais quais Coreia do Norte e União Soviética.

Em 1972, a China voltou a mandar pandas aos Estados Unidos. Hsing-Hisng e Ling-Ling foram enviados ao país após uma visita do então presidente norte-americano Richard Nixon à Ásia.

Depois que eles morreram, foram substituídos por Mei Xiang, de 25 anos, e Tian Tian, de 26, em 2000. Foi realizado um acordo cooperativo de pesquisa e reprodução com a Associação de Conservação da Vida Selvagem da China.

Os pandas deveriam permanecer só 10 anos nos Estados Unidos, mas o acordo foi renovado três vezes desde 2010.

Dois pandas foram enviados também à Malásia, em 2014, depois do desaparecimento do voo 370 da Malaysian Airlines, que prejudicou as relações entre as nações. Os dois animais foram vistos como uma oferta de paz.

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