Baltazar Ushca morreu aos 80 anos nesta sexta-feira (11) no Equador e com ele extingue-se o particular ofício de extrair gelo do vulcão Chimborazo para vendê-lo, informou o município da localidade andina de Guano.
"Com profundo pesar, comunicamos o sensível falecimento de nosso querido Mashi, Taita (companheiro e pai na língua Kichwa) Baltazar Ushca, o último quebrador de gelo do majestoso Chimborazo, um ícone nacional e internacional", declarou a prefeitura em suas redes sociais.
O município informou que Ushca caiu quando realizava tarefas de pastoreio em sua casa. "Um de seus animaizinhos (touro) ficou mais forte e o jogou no chão, causando um ferimento grave".
Aos 15 anos, ele herdou o ofício de seu pai como quebrador de gelo e durante décadas subiu até os 5.200 metros, dos mais de 6.300 m de altitude do vulcão Chimborazo, para extrair enormes blocos de gelo de até 20 quilos, que vendia no mercado da cidade de Riobamba (sul).
A profissão começou a desaparecer com a chegada dos refrigeradores, mas Ushca persistiu em seu ofício, inspirando documentários de cinema e televisão.
"Sua obra é e será uma referência para o conhecimento do nosso povo", escreveu o Instituto Nacional do Patrimônio Cultural (INPC) na rede social X.
Em 2017, ele recebeu o doutorado Honoris Causa.