Militares israelenses anunciaram nesta terça-feira (22/10, horário de Brasília) terem matado Hashem Safieddine, clérigo apontado como possível próximo líder do Hezbollah, em um ataque aéreo há quase três semanas.
Safieddine seria o sucessor de Hassan Nasrallah, ex-líder do grupo que morreu em um ataque aéreo israelense em Beirute em 27 de setembro.
Hashem Safieddine também morreu em ataques aéreos, nos subúrbios ao sul da capital libanesa, de acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês). Acredita-se que ele tinha cerca de 60 anos quando morreu.
O Hezbollah, uma poderosa organização muçulmana xiita libanesa que luta contra Israel, não confirmou a morte de Safieddine.
Após ataques aéreos perto do aeroporto de Beirute em 4 de outubro, membros do Hezbollah disseram que perderam contato com Safieddine, enquanto a imprensa americana citou fontes israelenses afirmando que o clérigo havia sido o alvo do bombardeio.
Grandes explosões sacudiram a cidade naquela noite, deixando nuvens de fumaça que ainda podiam ser vistas pela manhã.
Nesta terça-feira, as IDF emitiram uma declaração dizendo que Safieddine foi morto junto com Ali Hussein Hazima, descrito como comandante do Quartel-General de Inteligência do Hezbollah.
As IDF acusaram Safieddine de dirigir "ataques terroristas contra o Estado de Israel" por anos, bem como de participar dos "processos de tomada de decisões centrais" do Hezbollah.
O grupo é uma organização militar, política e social que exerce poder considerável no Líbano. A organização é considerada terrorista por Israel, EUA e Reino Unido, entre outros países.
O próprio Safieddine foi declarado em 2017 um "terrorista global" pelos EUA e Arábia Saudita.
Primo de Nasrallah, ele cursou estudos religiosos no Irã. Seu filho era casado com uma filha do general Qasem Soleimani, o comandante militar mais poderoso do Irã, morto em um ataque aéreo dos EUA no Iraque em 2020.
Em um discurso feito em Beirute recentemente, Safieddine descreveu como o Hezbollah via a sucessão de lideranças.
"Em nossa resistência, quando qualquer líder é martirizado, outro pega a bandeira e segue em frente com uma determinação nova, assertiva e forte", disse o clérigo, segundo a agência de notícias AFP.
Israel partiu para a ofensiva contra o Hezbollah após quase um ano de agressões transfronteiriças desencadeadas pela guerra em Gaza.
O país justificou a ofensiva no Líbano dizendo que queria garantir o retorno seguro da população israelense que vivia na fronteira e precisou deixar a região por conta de ataques do Hezbollah.
Desde início do conflito no ano passado, pelo menos 2.464 libaneses foram mortos e quase 12.000 ficaram feridos, de acordo com o Ministério da Saúde do Líbano.
O Hezbollah atacou Israel com milhares de mísseis e drones no mesmo período, e pelo menos 59 pessoas foram mortas no norte de Israel e nas Colinas de Golã ocupadas, segundo a agência de notícias Reuters.
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