ESTADOS UNIDOS

Pai deve ser executado pela morte da filha que sofreu síndrome do bebê sacudido

Robert Roberson foi condenado pela morte da filha de 2 anos em 2002 e pode ser a primeira pessoa a ser executada nos Estados Unidos por assassinato ligado à "síndrome do bebê sacudido"

Robert Roberson foi condenado pela morte da filha de 2 anos em 2002 -  (crédito: ILANA PANICH-LINSMAN / INNOCENCE PROJECT / AFP)
Robert Roberson foi condenado pela morte da filha de 2 anos em 2002 - (crédito: ILANA PANICH-LINSMAN / INNOCENCE PROJECT / AFP)

O norte-americano Robert Roberson, de 57 anos,  deve ser executado com injeção letal nesta quinta-feira (17/10), no Texas. Ele foi condenado pela morte da filha de 2 anos em 2002 e pode ser a primeira pessoa a ser executada nos Estados Unidos por assassinato ligado à "síndrome do bebê sacudido".

A "síndrome do bebê sacudido" é uma lesão cerebral grave que pode ser fatal e é causada por sacudir violentamente um bebê. O movimento brusco do corpo da criança faz com que a massa encefálica se choque com a calota craniana, causando lesões vasculares e teciduais.

Os advogados de Robert, que é diagnosticado com autismo, afirmam que ele é inocente. "O caso de Robert está cheio de evidências não científicas, depoimentos médicos imprecisos e enganosos e tratamento prejudicial. Esta é uma vida que pode ser injustamente tirada, e o governador Greg Abbott tem o poder de intervir. Pedimos aos texanos que liguem para o governador Abbott e peçam que ele interrompa esta execução, garantindo que todos os fatos sejam cuidadosamente revisados", destaca o Innocence Project, ONG que representa a defesa do norte-americano.

Gretchen Sween, uma das advogadas de Robert, argumenta que evidências médicas mostram que a menina de 2 anos teria morrido de causas naturais e acidentais, não de abuso. "Em 2002, Nikki estava doente com febre alta e pneumonia não diagnosticada quando sofreu uma queda curta da cama. Quando o Sr. Roberson encontrou Nikki inconsciente na manhã de 31 de janeiro de 2002, ele tentou reanimá-la e então a levou às pressas para o pronto-socorro, onde a equipe não sabia que ele tinha autismo e julgou seu efeito apático como um sinal de culpa", cita a advogada.

"Brian Wharton, o detetive chefe encarregado de investigar a morte de Nikki que ordenou que o Sr. Roberson fosse preso com base na hipótese de "bebê sacudido" feita antes de uma autópsia ser realizada, e que testemunhou para a promotoria no julgamento, agora acredita que o Sr. Roberson é inocente e falou amplamente sobre a necessidade de corrigir o erro cometido neste caso", acrescentou Gretchen.

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postado em 17/10/2024 08:24
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