RECONHECIMENTO

Nobel da Paz vai para associação japonesa que luta contra armas nucleares

A instituição é um movimento popular de sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki que luta por um mundo livre de armas nucleares

Ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2024, a organização Nihon Hidankyo forneceu milhares de relatos de testemunhas, emitiu resoluções e apelos públicos e enviou delegações anuais às Nações Unidas -  (crédito:  Jonathan Nackstrand / AFP ( 16.set.21))
Ganhadora do prêmio Nobel da Paz de 2024, a organização Nihon Hidankyo forneceu milhares de relatos de testemunhas, emitiu resoluções e apelos públicos e enviou delegações anuais às Nações Unidas - (crédito: Jonathan Nackstrand / AFP ( 16.set.21))

A organização japonesa NIhon Hidankyo foi escolhida para receber o prêmio Nobel da Paz de 2024. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (11/10). A instituição é um movimento popular de sobreviventes da bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki que luta por um mundo livre de armas nucleares. 

De acordo com o comitê norueguês do Nobel, desde os ataques com bombas atômicas em agosto de 1945, um movimento global começou a trabalhar para aumentar a conscientização sobre as consequências humanitárias catastróficas do uso de armas nucleares. 

Os membros da Nihon Hidanlyo, por meio de depoimentos de testemunhas da tragédia, foram responsáveis por gerar e consolidar “uma oposição generalizada às armas nucleares ao redor do mundo, baseando-se em histórias pessoais, criando campanhas educacionais baseadas em sua própria experiência e emitindo alertas urgentes contra a disseminação e o uso de armas nucleares”. 

“O Comitê Norueguês do Nobel deseja, no entanto, reconhecer um fato encorajador: Nenhuma arma nuclear foi usada em guerra em quase 80 anos. Os esforços extraordinários de Nihon Hidankyo e outros representantes do Hibakusha contribuíram muito para o estabelecimento do tabu nuclear”, afirma a organização do Nobel. 

“Nihon Hidankyo forneceu milhares de relatos de testemunhas, emitiu resoluções e apelos públicos e enviou delegações anuais às Nações Unidas e a uma variedade de conferências de paz para lembrar ao mundo a necessidade urgente do desarmamento nuclear”, acrescenta.

No entanto, o Comitê do Nobel chama à atenção o movimento de países para adquirir armas nucleares, além das ameaças de uso desse tipo de arsenal em guerras em andamento. “Neste momento da história humana, vale a pena nos lembrarmos do que são armas nucleares: as armas mais destrutivas que o mundo já viu”, pontuam. 

“O ano que vem marcará 80 anos desde que duas bombas atômicas americanas mataram cerca de 120.000 habitantes de Hiroshima e Nagasaki. Um número comparável morreu de queimaduras e ferimentos por radiação nos meses e anos que se seguiram. As armas nucleares de hoje têm um poder destrutivo muito maior. Elas podem matar milhões e impactariam o clima catastroficamente. Uma guerra nuclear poderia destruir nossa civilização”, alertam. 

Por fim, o Comitê afirma que a decisão de conceder o Nobel da Paz a NIhon Hidankyo está “firmemente ancorada” no testamento de Alfred Nobel, que tinha o desejo de “reconhecer esforços de maior benefício para a humanidade”. 

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postado em 11/10/2024 06:47 / atualizado em 11/10/2024 06:48
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