Guerra no Oriente Médio

Mãe israelense salvou o bebê de 9 meses antes de ser morta em atentado

Inbar Segev amamentava o filho, quando extremistas do Hamas a assassinaram, dentro de trem, em Jaffa, área portuária de Tel Aviv. Alvejada, ela se curvou sobre a criança e a protegeu com o corpo

Peritos da polícia de Tel Aviv colhem evidências no local do ataque: Hamas reivindicou ação -  (crédito: Jack Guez/AFP)
Peritos da polícia de Tel Aviv colhem evidências no local do ataque: Hamas reivindicou ação - (crédito: Jack Guez/AFP)

Itay Dror, 32, tinha se despedido há pouco da amiga. A professora Inbar Segev Vigder, 33, foi uma das sete vítimas do atentado terrorista em Tel Aviv. Dois extremistas, armados com um fuzil automático e uma arma branca, atiraram e esfaquearam pedestres, de forma aleatória, na estação de trem Sderot-Yerushalayim, no bairro de Jaffa, área portuária de Tel Aviv e frequentada por turistas.

O ataque ocorreu na noite de terça-feira (1º/10), minutos antes de o Irã lançar cerca de 200 mísseis balísticos contra Israel. Inbar foi sepultada, no início da tarde desta quarta-feira. Ela e o marido, Yeari, apoiavam a paz no Oriente Médio. A israelense tornou-se vítima do ódio e teve uma reação heroica ao ser atingida pelo disparo de fuzil: salvou o próprio filho.

Inbar defendia a coexistência entre judeus e árabes em Israel
Inbar defendia a coexistência entre judeus e árabes em Israel (foto: Itay Dror)

"Eu conhecia Inbar e Yeari havia alguns anos. Ela vivia para Ari, o filho de 9 meses, o marido e o cão da família. Era uma pessoa normal. Na terça-teira, ela amamentava Ari, dentro do trem, quando houve o tiroteio", contou Itay ao Correio, por telefone. "Ela tentou proteger o filho, ao projetar o próprio corpo sobre ele. Pelo que eu soube, Ari está bem."

Segundo ele, Inbar era uma pessoa muito gentil, que se doava para a comunidade. "Muitas mulheres têm doado leite materno para amamentar Ari, após responderem a uma publicação no Facebook. Isso é algo muito comovente. Yeari ficou sozinho, ferido, e terá que cuidar do filho pelo resto da vida", acrescentou Itay. O amigo contou que Inbar era completamente favorável a comunidades mistas, formadas por árabes e judeus. "Ela apoiava a coexistência", disse.

Hamas

O movimento fundamentalista islâmico Hamas reivindicou a autoria do atentado em Jaffa. "As Brigadas Ezedin Al-Qasam assumem sua responsabilidade na heroica operação em Jafa realizada por combatentes da cidade de Hebron" (na Cisjordânia ocupada), afirmou o grupo, por meio de um comunicado.

Entre as sete vítimas do ataque, além de Inbar, foram identificados pela imprensa isaelense Shahar Goldman, 30, e Revital Bornstein, 24. Outra vítima seria um cidadão georgiano. Também morreu uma pessoa de nacionalidade grega, informou o Ministério das Relações Exteriores daquele país. Dezesseis pessoas ficaram feridas. De acordo com o jornal The Times of Israel, Shahar era dançarina e tinha se casado há um ano.

O terrorista Mohamed Mesek, 19, foi abatido a tiros por civis que testemunharam o ataque. Ahmed Al Haimoni ficou ferido e foi internado em estado grave. Os dois estavam em Israel sem permissão. Segundo testemunhas, um deles usava um broche em solidariedade aos reféns mantidos em Gaza. 

 

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postado em 03/10/2024 06:15
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