O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Irã "cometeu um grande erro" com o lançamento de mísseis contra o território israelense na noite deste terça-feira (2/10) e "pagará por isso".
O premiê afirmou, após a divulgação pelas forças militares das informações sobre os disparos, que o governo iraniano "não entende" a "determinação" de seu país em retaliar contra seus inimigos.
"Eles entenderão", ele diz. "Nós manteremos a regra que estabelecemos: quem quer que nos ataque — nós os atacaremos".
Segundo as forças israelenses, Israel foi alvo de cerca de 180 mísseis — a maioria deles interceptados.
A TV estatal iraniana divulgou uma declaração da Guarda Revolucionária Islâmica (GRI) em que a organização descreve o ataque como retaliação pelo assassinato em julho do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, assim como do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, na sexta-feira (27/9) — e também pelo assassinato de libaneses e palestinos.
No texto, a Guarda Revolucionária ainda faz uma ameaça a Israel, caso o país responda ao ataque.
Mas afinal, qual pode ser a escala de retaliação de Israel ao Irã?
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Segundo as declarações feitas pelo próprio governo israelense, a resposta virá com força, avalia Frank Gardner, correspondente de segurança da BBC.
A contenção que os aliados internacionais haviam pedido de Israel após o bombardeio iraniano anterior, em abril, provavelmente não estará em evidência desta vez, diz.
"A estratégia atual de Israel parece ser de duas vias: eliminar seus inimigos por meio de assassinatos e ataques aéreos e, em seguida, dissuasão — demonstrando ao Irã e seus representantes que todo ataque a Israel será recebido com força ainda maior".
Para o ex-oficial de inteligência israelense Avi Melamed, o ataque do Irã "está pronto para provocar um contra-ataque israelense significativo".
"Provavelmente veremos uma resposta significativa e imediata de Israel contra alvos iranianos", diz.
Gardner explica que Israel se prepara há muito tempo, com respostas prontas para o caso de ataques ao Irã. Agora, os oficiais responsáveis pela defesa do país avaliarão quando e com que força retaliarão.
Os alvos militares mais óbvios são as bases terrestres de onde foram lançados os mísseis balísticos de terça-feira. Isso inclui não apenas os silos, mas os centros de comando e controle e até mesmo as instalações de reabastecimento, diz o correspondente da BBC.
Segundo ele, Israel poderia até mesmo tentar ativar sua rede de agentes dentro do Irã para ir atrás daqueles que ordenaram e executaram o ataque com mísseis. "Além disso, se Israel decidir escalar ainda mais, poderia mirar nas instalações nucleares do Irã", diz.
"De qualquer forma, um contra-ataque iraniano seria quase inevitável, com ambos os países perpetuando o atual ciclo de ataque e vingança."
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Os bombardeios iranianos aconteceram em meio à escalada de tensões no Oriente Médio com os ataques de Israel contra o Hezbollah no Líbano.
A tensão entre Israel e Hezbollah já havia aumentado desde os ataques do grupo palestino Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.
Mas a situação piorou a partir de 17 de setembro desse ano, quando ocorreram explosões de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah no Líbano, matando mais de 30 pessoas e deixando mais de 2 mil feridos. Israel foi acusado pela ação, mas não negou nem confirmou a autoria.
Poucos dias depois, o sul do Líbano passou a ser fortemente bombardeado por Israel.
Autoridades libanesas dizem que mais de mil pessoas foram mortas nas últimas duas semanas em meio aos ataques de Israel, e até 1 milhão de pessoas precisaram deixar suas casas.
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