Edmundo González Urrutia, líder da oposição e candidato à Presidência da Venezuela nas eleições de julho, assinou uma nota pública como "presidente eleito". Escrito junto de María Corina Machado, o texto é um apelo aos militares e pede que eles parem de reprimir os protestos espalhados pelo país.
“Membros das Forças Armadas e policiais atendam aos seus deveres constitucionais e não reprimam o povo. [...] O novo governo, eleito democraticamente pelo povo venezuelano, oferece garantias a quem cumprir o seu dever. Da mesma forma, destaca que não haverá impunidade. Esse é o compromisso que fazemos", escreveu a oposição.
De acordo com os opositores, eles tentam conseguir os resultados apurados e têm provas "irrefutáveis" da vitória de González sobre o atual presidente Nicolás Maduro.
"Obtivemos 67% dos votos enquanto Nicolás Maduro teve 30%. Essa é a expressão da vontade popular”, afirma a nota, que proclama González como presidente. Maria Corina assina como "líder das forças democráticas da Venezuela".
O texto segue destacando que Maduro se recusa a reconhecer que foi derrotado e, "diante dos protestos legítimos, lançou uma ofensiva brutal".
O Conselho Nacional Eleitoral, alinhado a Maduro, informou a vitória do atual presidente com 52% dos votos, contra 43% de González. No entanto, o órgão têm sofrido pressão internacional para apresentar as atas, documentos extraídos das urnas que comprovam os resultados.
"Fazemos um apelo à consciência dos militares e dos policiais para que se coloquem ao lado do povo e de suas próprias famílias. Com essa violação massiva dos direitos humanos, alinha-se com Maduro e seus vis interesses", completa o pronunciamento.
As manifestações pós-eleições deixaram ao menos 11 civis mortos e, de acordo com a ditadura chavista, 2 mil detidos. Dois militares morreram em confrontos violentos.
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