O ex-pesidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou nesta segunda-feira (15/07) o nome do senador JD Vance como seu candidado a vice para as eleições presidenciais de 5 de novembro de 2024.
O anúncio foi feito por meio do perfil de Trump na rede social Truth Social, pouco antes da participação do ex-presidente na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, Estado de Wisconsin.
Nascido James David Bowman em Middletown, Estado de Ohio, Vance tem 39 anos e vem de uma família branca de classe trabalhadora, em sua maioria descendente de escoceses-irlandeses.
Ele foi criado pelos avós maternos na próspera região exploradora de carvão de Apalaches, que agora é uma das áreas mais pobres do país.
Logo após o atentado contra Donald Trump num comício na Pensilvânia, no sábado (13/7), JD Vance afirmou que a retórica da campanha do presidente Joe Biden "levou diretamente à tentativa de assassinato do presidente Trump".
"A premissa central da campanha de Biden é que o presidente Donald Trump é um fascista autoritário que deve ser detido a todo custo", postou nas redes sociais o senador de Ohio.
Biden condenou o ataque contra Trump e disse que era preciso "baixar a temperatura" da política no país.
Do Iraque a Washington
JD Vance fez parte da Marinha dos EUA por quatro anos e serviu no Iraque antes de frequentar a Universidade Estadual de Ohio, onde obteve diplomas em Ciência Política e Filosofia.
Depois disso, frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Yale, uma das mais conceituadas do país.
Ele também é autor de uma autobiografia bem-sucedida Hillbilly Elegy ("Elegia de um caipira", em tradução livre), que alguns críticos descreveram como "uma visão da classe trabalhadora branca conservadora, muitas vezes negligenciada".
Em 2017, Vance voltou para Ohio vindo da Califórnia, onde trabalhava na área de biotecnologia, e montou sua própria agência de capital de risco com o apoio de Peter Thiel, fundador da empresa de pagamentos PayPal.
No início de 2021, Thiel doou US$ 10 milhões (R$ 54,4 milhões) para um comitê que buscava recrutar Vance como candidato ao Senado.
Quando Vance entrou na corrida eleitoral, ele mudou abruptamente seu tom em relação a Trump, pedindo desculpas por tê-lo chamado anteriormente de "repreensível" e até repetindo as falsas alegações do presidente de que teria havido uma fraude eleitoral nas eleições de 2020.
Com o apoio de Trump, ele conquistou a vaga no Senado e desde então se tornou uma voz influente em Washington.
Para Anthony Zurcher, correspondente da América do Norte da BBC, a escolha de Trump "sugere que o ex-presidente sabe que esta eleição será ganha e perdida em poucos estados industriais do meio-oeste americano (Pensilvânia, Michigan e Wisconsin)."
"Com seu histórico, Vance pode estar bem posicionado para se conectar e mobilizar o tipo de eleitores brancos e da classe trabalhadora que entregaram esses Estados para Trump por uma margem estreita em 2016", avalia Zurcher.
"Vance criticou Trump na corrida para aquela eleição oito anos atrás - algo que os democratas certamente vão apontar - mas, desde então, se tornou um defensor ardente do ex-presidente, especialmente em redes de televisão."
Com apenas 39 anos, Vance proporcionará um contraponto jovem aos candidatos idosos que lideram as duas principais candidaturas presidenciais.
"Se o ex-presidente retornar ao Salão Oval da Casa Branca no próximo ano, Vance instantaneamente entrará na conversa para a nomeação presidencial do partido em 2028", escreve Zurcher.