ELEIÇÕES

OEA denuncia manipulação "aberrante" nas eleições da Venezuela

Com isso, Almagro se une à parte da comunidade internacional e à oposição venezuelana, que serecusam a reconhecer a vitória deMaduro nas eleições do último domingo, por suspeitas defraude

Integrantes da Guarda Nacional Bolivariana prendem antichavista
 AFP
Estamos vivendo
uma tentativa de
desestabilização
em massa
Integrantes da Guarda Nacional Bolivariana prendem antichavista AFP Estamos vivendo uma tentativa de desestabilização em massa" Nicolás Maduro, presidente venezuelano Brasil e Estados Unidos. A Casa Branca considerou "inaceitável" a repressão aos manifestantes, enquanto o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, e o responsável pela diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, pediram respeito à manifestação pacífica dos opositores. A despeito das ameaças do governo, González Urrutia e María Corina estiveram à frente de uma marcha contra Maduro em Caracas. "Liberdade, liberdade!", bradavam os manifestantes. Em um clima bem mais tranquilo, os seguidores de Maduro também realizaram um grande ato de apoio ao presidente, que se estendeu até o Palácio de Miraflores. "Devemos permanecer nas ruas, não podemos permitir que nos roubem os votos tão descaradamente. Isso precisa mudar", disse a administradora Carley Patiño, de 47 anos, à agência de notícias France Presse (AFP). Durante a concentração, González Urrutia pediu calma às tropas de Maduro, após a forte repressão da véspera. "Senhores da Força Armada: não há razão alguma para reprimir o povo da Venezuela, não há motivo para tanta perseguição", disse o opositor. Pela manhã, a ONG de defesa dos direitos humanos Foro Penal relatou que pelo menos 11 civis morreram nos protestos, incluindo dois menores de idade. Horas depois, mais um óbito foi divulgado. "Preocupa-nos o uso de armas de fogo nestas manifestações. É um número alarmante", considerou Alfredo Romero, diretor da Foro Penal. A ONG Encuesta Nacional de Hospitales informou que 84 civis ficaram feridos nas manifestações. O Ministério da Defesa mencionou que 23 militares sofreram ferimentos. oposição", bem como que ele aceite "a sua derrota eleitoral", afirma o comunicado. O Conselho Permanente da OEA realiza hoje uma reunião extraordinária para "abordar os resultados do processo eleitoral" na Venezuela. No México, o presidente Andrés Manuel López Obrador pediu que aqueles que questionam e denunciam uma fraude eleitoral "não metam o nariz" nos assuntos internos da Venezuela. O governo Maduro expulsou o pessoal diplomático de Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, em resposta ao que considera "ações intervenc - (crédito: AFP)

A Organização dos EstadosAmericanos (OEA) denunciou,ontem, que as eleições presidenciais de domingo na Venezuela, nas quais o presidente Nicolás Maduro foi declarado vencedor, sofreram “a mais aberrante manipulação”. “Ao longode todo esse processo eleitoral, vimos a aplicação pelo regime venezuelano do seu esquema repressivo complementadopor ações destinadas a distorcer completamente o resultadoeleitoral”, destacou um comunicado do gabinete do seu secretário-geral, Luis Almagro.

Com isso, Almagro se une à parte da comunidade internacional e à oposição venezuelana, que serecusam a reconhecer a vitória deMaduro nas eleições do último domingo, por suspeitas defraude. Uma das principais lideranças antichavistas MaríaCorina Machado garante terposse de cópias de 73% dasatas de votos, que projetam, segundo ela, a vitória de Edmundogonzález Urrutia.

O gabinete de Almagro considera que o fato de a oposição terapresentado os registros e o governo não “seria ridículo e patético se não fosse trágico”. “Nesse contexto, é imperativo sabersobre a aceitação por parte deMaduro das atas mantidas pela oposição”, bem como que eleaceite “a sua derrota eleitoral”,afirma o comunicado. O Conselho Permanente da OEA realizahoje uma reunião extraordináriapara “abordar os resultados doprocesso eleitoral” na Venezuela.

 

No México, o presidente Andrés Manuel López Obrador pediu que aqueles que questioname denunciam uma fraude eleitoral“não metam o nariz” nos assuntosinternos da Venezuela. O governoMaduro expulsou o pessoal diplomático de Argentina, Chile, CostaRica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, em respostaao que considera “ações intervencionistas” desses países.

Ontem, a oposição denunciou um cerco policial à Embaixada da Argentina, em Caracas, onde seis colaboradores de María Corina Machadoestão refugiados há seis semanas. O governo do presidente Javier Milei afirmou que setrata de “assédio” contra suasede diplomática.

Em meio à crise diplomática,o governo do Peru decidiu reconhecer González Urrutia como“legítimo” presidente eleito daVenezuela após as eleições de domingo, declarou o chanceler Javier Gonzáles-Olaechea duranteentrevista à emissora estatal detelevisão TV Perú Noticias.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 31/07/2024 03:55
x