Após o anúncio de Joe Biden no domingo sobre sua retirada da corrida presidencial de 2024, muitos republicanos imediatamente começaram a pedir que ele renuncie e deixe a Casa Branca.
Líderes republicanos disseram que a desistência de Biden confirmou a ideia de que ele não estava em condições cognitivas para ser presidente, uma preocupação que surgiu após seu desempenho desastroso num debate contra Trump no mês passado.
"Se Joe Biden não está apto para concorrer à presidência, ele não está apto para servir como presidente," disse o presidente da Câmara, Mike Johnson, o republicano mais poderoso no Congresso.
"Ele deve renunciar ao cargo imediatamente", disse Johnson, enfatizando que o dia da eleição nos EUA, 5 de novembro, é esperado com urgência.
Biden, ao anunciar que estava desistindo, disse que permaneceria no cargo até o final de seu mandato em janeiro.
A Casa Branca reiterou algumas horas depois, no domingo (21/7), que ele não renunciaria, afirmando: "Ele está ansioso para terminar seu mandato e entregar mais resultados históricos para o povo americano."
Líderes republicanos continuaram pedindo a renúncia durante toda a tarde de domingo, enquanto direcionavam novos ataques à vice-presidente Kamala Harris, que assumiria o cargo caso Biden renunciasse. Biden a endossou como a próxima candidata democrata.
Elise Stefanik, integrante da Câmara dos Representantes e presidente da conferência republicana, fez uma declaração quase idêntica à de Johnson sobre a capacidade de Biden para desempenhar suas funções presidenciais.
Ela também encerrou sua declaração de maneira similar: "Ele deve renunciar imediatamente."
Em resposto ao anúncio da desistência de Biden, seu rival na corrida presidencial, Donald Trump, disse que o líder democrata "não estava apto para servir desde o início" — embora ele não tenha pedido a renúncia do presidente.
O senador Steve Daines, de Montana, responsável pela campanha dos republicanos no Senado, disse que ser presidente "é o trabalho mais difícil do mundo".
"E eu já não tenho mais confiança de que Joe Biden pode executar efetivamente suas funções como comandante-em-chefe”, disse ele em um comunicado.
Outro senador republicano, Markwayne Mullin de Oklahoma, foi além e sugeriu que Biden deveria ser forçado a deixar o cargo usando a 25ª Emenda da Constituição dos EUA — um meio nunca usado para substituir o presidente se ele não puder cumprir suas funções.
Críticos de Trump também solicitaram a aplicação da emenda para removê-lo do cargo enquanto ele estava no poder.
Muitos no mundo político esperavam que Biden desistisse da corrida.
Suas respostas confusas e incoerentes no debate de 27 de junho com Trump surpreenderam o país e fizeram com que as pessoas se perguntassem se ele seria capaz de cumprir mais quatro anos como presidente.
Embora Biden sempre mostrasse um vigor renovado em discursos e entrevistas, ele também enfrentava grandes tropeços e aparentes problemas de memória.
Democratas no Congresso e grandes doadores, temendo que sua fragilidade prejudicasse suas chances de reeleição, começaram a pressioná-lo para desistir, mas não pediram sua renúncia.
O último presidente a abandonar sua campanha eleitoral, Lyndon B. Johnson, também cumpriu o restante de seu mandato.
Assim como Biden, Johnson disse que desistir da corrida permitiria que ele se concentrasse em suas funções presidenciais.
Com o aumento da pressão sobre Biden nas últimas semanas, os republicanos passaram a se manifestar mais abertamente a favor de sua renúncia.
Poucas horas antes do presidente anunciar que estava desistindo, o candidato a vice na chapa de Trump, o senador J.D. Vance, de Ohio, disse: "Não concorrer à reeleição seria uma admissão clara de que o presidente Trump estava certo o tempo todo sobre Biden não ser mentalmente apto para servir como comandante-em-chefe. Não há meio-termo."
"Joe Biden tem sido o pior presidente da minha vida e Kamala Harris tem estado com ele em cada passo do caminho", acrescentou.
Ataques a Kamala Harris
O presidente Biden expressou seu apoio à vice-presidente Kamala Harris para substituí-lo na campanha presidencial, embora o partido ainda tenha que aprovar formalmente seu candidato.
"Estou honrada com o endosso do presidente, e minha intenção é conquistar e ganhar essa indicação," disse Harris em um comunicado.
"Farei tudo ao meu alcance para unir o Partido Democrata — e unir nossa nação — para derrotar Donald Trump e sua agenda extremista Projeto 2025."
Os republicanos já se prepararam para atacar a candidatura de Harris — muitos acreditavam que ela seria sua sucessora mais provável.
Fontes da campanha de Trump disseram à imprensa americana que estavam preparando anúncios de ataque caso enfrentassem Harris.
A maioria das críticas se centra no papel de liderança da vice-presidente nas questões de imigração dentro da administração Biden.
Esses ataques se repetiram no domingo.
Johnson, presidente da Câmara, a chamou de "uma czarina da fronteira completamente inepta" e disse que ela foi "uma cúmplice exultante" na "destruição da soberania, segurança e prosperidade americanas".
"Ela sabe há tanto tempo quanto qualquer um sobre a incapacidade dele de servir”, disse ele, acusando-a também de fazer parte de uma conspiração política para encobrir os problemas de Biden.
O governador republicano do Texas, Greg Abbott, famoso por sua postura rígida em relação à imigração, também manifestou preocupações sobre a possibilidade de Harris se tornar presidente.
"Acho que vou precisar triplicar o muro da fronteira, barreiras de arame farpado e a Guarda Nacional na fronteira," escreveu ele nas redes sociais.
Donald Trump Jr., filho do ex-presidente, afirmou que as políticas dela não seriam diferentes das de Biden.
"Kamala Harris possui todo o histórico de políticas de esquerda de Joe Biden. A única diferença é que ela é ainda mais liberal e menos competente que Joe, o que realmente é algo significativo," postou ele no X, anteriormente Twitter.
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