O ministro da Justiça da Bolívia, Iván Lima, disse que o ex-comandante do Exército do país Juan José Zúñiga vai responder por três crimes do Código Penal boliviano. Zuñiga deve responder por levante armado contra soberania do estado, sedução de tropas e atentado contra a vida do presidente.
Lima colocou nas redes sociais que os crimes estão previstos nos artigos 121º, 127º e 128º do Código Penal e podem render penas de até 20 anos de prisão. "Vamos buscar a condenação de Juan José Zúñiga à pena máxima de prisão possível para estes crimes, que é de 15 a 20 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República e a Procuradoria-Geral da República iniciaram o processo criminal e seguirão até que este soldado seja condenado", disse nas redes sociais.
O ministro da Defesa da Bolívia, Edmundo Novillo, disse que o levante começou a ser orquestrado por Zúñiga por volta das 9h desta quarta. O ex-general teria recebido um telefonema de oficiais de sua confiança sobre a movimentação de um grupo de uma unidade militar de Challapata que viajavam em seis veículos, de acordo com o jornal La Razón. Novillo determinou a instauração de uma "investigação severa" sobre quem participou da tentativa de golpe.
Zúñiga era Comandante Geral desde 2022 até sua demissão nesta semana, segundo o jornal boliviano El Deber. Enquanto ocupava o cargo de Chefe do Estado-Maior, por exemplo, ele foi identificado por Evo Morales como um dos nomes envolvidos em um suposto plano para perseguir lideranças políticas.
Nesta semana, na segunda-feira (24/6), Zúñiga disse em uma entrevista que Evo Morales não poderia mais ser o presidente do país. O militar declarou que não permitira "que a Constituição fosse pisoteada, que desobedecesse ao mandato do povo".
Evo Morales criticou as declarações feitas pelo militar em uma publicação no X. "O tipo de ameaças feitas pelo Comandante Geral do Exército, Juan José Zúñiga, nunca ocorreu em democracia. Se não forem desmentidos pelo Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, Ministro da Defesa, Presidente e Capitão General das Forças Armadas, ficará provado que o que estão realmente a organizar é um autogolpe", escreveu Morales.
Após a crítica, o militar disse ai jornal El Deber que "sou um militar de honra que está disposto a sacrificar sua vida pela defesa e pela unidade da Pátria. Nossa pátria, mais uma vez, está sob a ameaça de inimigos internos e externos que buscam a divisão, a desestabilização e o ódio entre os bolivianos, para se apoderarem dos recursos naturais em benefício de interesses mesquinhos e de grupos de poder que respondem ao caudilhismo".
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