O presidente da Bolívia, Luis Arce, cercado por seus ministros, anunciou, na tarde desta quarta-feira (26/6), que "o país está enfrentando uma tentativa de golpe de Estado". "Aqui estamos, todos os ministros, ministras e vice-presidente, firmes, na Casa Grande, para enfrentar toda tentativa golpista, tudo aquilo que atente contra a nossa democracia", declarou.
"O povo boliviano está convocado. Necessitamos que o povo boliviano se organize e se mobilize contra o golpe de Estado e em favor da democracia. Não podemos permitir que, uma vez mais, tentativas golpistas ocorram. (...) Saudamos as organizações sociais e as convidamos para que mostrem o caminho da democracia ao povo boliviano. Que viva o povo boliviano!", gritou Arce, acompanhado pelos ministros.
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A Bolívia foi surpreendida por mobilizações incomuns das Forças Armadas. "Há uma tentativa de golpe de Estado na Bolívia pelos três comandantes das Forças Armadas. Até o momento, somente podemos dizer isso", afirmou ao Correio o embaixador da Bolívia no Brasil, Horacio Villegas, às 17h.
Jorge Dulon, vereador em La Paz, disse à reportagem que o general Juan José Zúñiga teria tomado a iniciativa de investir contra o Palácio Quemado e destituir Arce, após ser removido do cargo por ter criticado o ex-presidente Evo Morales. "Zúñiga disse que Morales não poderia se candidatar à Presidência e que, caso isso ocorresse, seria preso. Isso provocou uma reação de Morales e do governo Arce, ao considerar a declaração uma ação política pessoal de um membro do Exército", explicou Dulon. Zúñiga foi destituído na terça-feira. No dia seguinte, mobilizou tanquetas e soldados para irromper na Plaza Murillo.