PLEITO

As estratégias de Trump e Biden para 1º debate da eleição dos EUA

Biden passou o fim de semana se preparando com assessores em Camp David, enquanto Trump estava em campanha.

O presidente dos EUA, Joe Biden, e seu antecessor, Donald Trump, passaram o fim de semana se preparando para o primeiro debate das eleições americanas de 2024 — de maneiras muito diferentes.

Biden ficou recolhido com assessores em Camp David, a casa de campo da presidência dos EUA, participando de simulações de debates.

Já Trump passou o sábado em campanha, praticando publicamente linhas e táticas de ataque.

O debate desta quinta-feira (27/6), organizado pela rede americana CNN, será o terceiro confronto — o primeiro deste ciclo eleitoral — entre os dois candidatos no palco.

Eles se enfrentaram nas eleições de 2020, e participaram de dois debates naquele ano.

O presidente democrata está se preparando com Ron Klain, seu ex-chefe de gabinete, que também o ajudou a elaborar o discurso do Estado da União — a mensagem anual do chefe de Estado ao Congresso — em março.

A CBS News, parceira da BBC nos EUA, informou que Bob Bauer, que serviu como conselheiro da Casa Branca no governo do ex-presidente Barack Obama, está fazendo o papel de Donald Trump nas simulações de debate com Biden.

No domingo, a campanha de Biden também disse que planeja organizar centenas de festas e eventos em estados dos EUA para transmitir o próximo debate.

Além da realização de 1,6 mil eventos, a campanha informou que vai colocar no ar um novo pacote de anúncios televisivos e digitais em uma tentativa de se conectar com os eleitores.

Os eventos vão ter como alvo grupos considerados cruciais para a reeleição de Biden, incluindo membros da comunidade LGBT e estudantes universitários.

Quanto ao debate em si, o copresidente da campanha de Biden, Mitch Landrieu, deu a entender no domingo que uma das estratégias vai ser atacar o adversário republicano em relação a seus problemas com a Justiça e de caráter.

"Realmente não faz diferença como Donald Trump vai aparecer, se ele vai entrar transtornado, como acontece na maior parte do tempo, ou se vai ficar lá sentado e quieto", afirmou Mitch Landrieu à rede NBC no domingo.

Segundo Landrieu, as pessoas vão saber que ele é um "criminoso condenado" — referindo-se à recente condenação de Trump no julgamento sobre pagamento de suborno em Nova York — que "difamou alguém, abusou sexualmente de alguém", uma referência à condenação do ex-presidente em um processo por difamação movido contra ele pela escritora E Jean Carroll.

Mas o republicano abriu mão dos preparativos tradicionais para o debate e, em vez disso, tem realizado uma série de reuniões nas últimas semanas com senadores e assessores.

Trump tem revisado junto a eles, em sua propriedade em Mar-a-Lago, na Flórida, os temas políticos que gostaria de abordar durante o confronto de quinta-feira.

"Ele está pensando em como traduzir esses tópicos realmente importantes em uma mensagem que funcione", afirmou o senador republicano JD Vance em entrevista à Fox News na semana passada.

Vance é um dos senadores que se reuniu com Trump nos últimos dias, assim como Marco Rubio e Eric Schmitt.

De acordo com o jornal The Hill, Trump também está discutindo como abordar temas como a invasão de 6 de janeiro de 2021 ao Capitólio, que Biden chamou de ataque à democracia americana.

No sábado, o ex-presidente realizou um comício na Filadélfia, onde atacou Biden, zombando dele por se preparar para o debate em Camp David.

Em determinado momento, ele perguntou à multidão se deveria ser "duro e desagradável" com o adversário durante o debate, ou "ser simpático e calmo".

O ex-presidente desdenhou ainda do nível do oponente, alegando que ele é "o pior debatedor que já enfrentou" e "não consegue juntar duas frases".

Mas recentemente ele disse que não queria "subestimá-lo".

Trump também sugeriu que as situação não era favorável para ele, em parte porque diz que será tratado injustamente pela mídia.

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O debate desta quinta-feira será o terceiro confronto entre Trump e Biden no palco

Também no sábado, Trump anunciou que decidiu quem vai concorrer como vice-presidente na sua chapa, embora não tenha revelado o nome.

Em entrevista à rede NBC após o comício na Filadélfia, Trump afirmou que o companheiro de chapa "muito provavelmente" vai estar no debate, que será em Atlanta.

Ele disse que ninguém sabe quem ele escolheu, acrescentando:

"Acho que muita gente vai (para o debate)".

O provável candidato republicano afirmou que vai revelar sua escolha para vice-presidente na convenção do partido no próximo mês.

Tanto Vance quanto Rubio são considerados fortes candidatos, assim como o governador de Dakota do Norte, Doug Burgum.

As pesquisas de intenção de voto recentes indicam que a corrida presidencial está acirrada até agora.

Uma pesquisa do instituto YouGov realizada entre 17 e 21 de junho para a rede CBS News com quase 2 mil prováveis ??eleitores sugere que Trump está ligeiramente à frente, com um ponto percentual de vantagem.

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