O governo da ultradireitista Georgia Meloni tenta atenuar a referência ao aborto na declaração final do G7 que acontece no sul de Itália, indicaram fontes diplomáticas nesta quinta-feira (13).
As objeções de Meloni, cujo país preside o G7 este ano, irritaram os seus parceiros, segundo estas fontes. Além da Itália, o G7 inclui os Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido e Japão.
Os serviços de Meloni, conhecidos por suas posições ultraconservadoras a favor da família tradicional, negaram na quarta-feira qualquer tentativa de censura e garantiram que as negociações sobre o texto da declaração final da cúpula continuam em andamento.
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O chefe da diplomacia italiana, Antonio Tajani, disse nesta quinta-feira que é "prematuro" comentar esta informação enquanto "as várias delegações estão negociando".
No ano passado, no seu comunicado final da cúpula no Japão, os líderes do G7 expressaram "grande preocupação" com o declínio dos direitos das mulheres. Também prometeram "acesso ao aborto seguro e legal e aos cuidados pós-aborto".
Uma fonte próxima das negociações disse à AFP que desde 2021 as declarações finais do G7 têm sempre "uma menção ao 'acesso seguro'", mas que "Meloni não o quer".
"É a única, está isolada nesta questão. Mas por ser o país anfitrião, os outros decidiram não fazer disso um 'casus belli'", segundo a fonte.
Cúpulas como a do G7 terminam com uma declaração conjunta que costuma ser objeto de árduas negociações e na qual os países participantes tomam posições sobre questões geopolíticas, econômicas, ambientais e sociais.
Desde que chegou ao poder, em outubro de 2022, Meloni, que se considera uma "mãe cristã", tem sido acusada por defensores dos direitos das mulheres de tentar impedir o acesso ao aborto na Itália, um país onde o peso da Igreja ainda é muito importante.
Embora o aborto esteja autorizado desde 1978, o acesso ao mesmo é muito limitado devido ao elevado percentual de ginecologistas que invocam a objeção de consciência para se recusarem a realizá-lo.
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