Exploração

Último navio do explorador britânico Shackleton é encontrado na costa do Canadá

Os pesquisadores encontraram o navio no domingo (9/6) com um instrumento de sonar

Essa foto, cortesia da Royal Canadian Geographical Society (RCGS), mostra Craig Bulger (L), engenheiro de projetos, Fisheries and Marine Institute, Memorial University of Newfoundland, e David Mearns (R), diretor de pesquisa, Blue Water Recoveries Ltd, enquanto eles prepare-se para lançar o sonar de varredura lateral para procurar o navio, chamado
Essa foto, cortesia da Royal Canadian Geographical Society (RCGS), mostra Craig Bulger (L), engenheiro de projetos, Fisheries and Marine Institute, Memorial University of Newfoundland, e David Mearns (R), diretor de pesquisa, Blue Water Recoveries Ltd, enquanto eles prepare-se para lançar o sonar de varredura lateral para procurar o navio, chamado "Quest", na costa de Newfoundland, Canadá. - (crédito: Jill HEINERTH / Royal Canadian Geographical Society (RCGS) / AFP)

Os destroços do último navio expedicionário do célebre explorador polar britânico Sir Ernest Shackleton foram encontrados no fundo do oceano Atlântico em frente à costa do Canadá, anunciaram pesquisadores nesta quarta-feira (12/6).

O chefe da Real Sociedade Geográfica Canadense, John Geiger, afirmou em coletiva de imprensa que os restos da embarcação foram descobertos no mar de Labrador, a cerca de 390 metros de profundidade.

"Este é um navio historicamente muito importante", declarou Geiger. "Ele morreu nesta embarcação" quando viajava para a Antártida, acrescentou. Shackleton tinha 47 anos e sofreu um infarto. Já o Quest seguiu em serviço por várias décadas até afundar em 1962.

Os pesquisadores encontraram o navio no domingo com um instrumento de sonar. O caçador de naufrágios David Mearns disse que mediram com exatidão suas dimensões e elas correspondem às medidas conhecidas do Quest.

"Os restos também são consistentes com os dados conhecidos do naufrágio, e está no lugar correto, onde não há mais destroços de sua classe de forma alguma", explicou.

Mearns mostrou imagens de sonar da embarcação naufragada que descreveu como "majoritariamente intacta". E acrescentou que outra expedição irá mais adiante este ano com o objetivo de fotografar e depois documentar o naufrágio.

Shackleton se tornou uma lenda das viagens polares após uma fuga épica dele e de 27 de seus companheiros, a pé e em botes, depois que outro de seus navios afundou nas águas geladas da Antártida em 1915.

A tripulação acampou primeiro no gelo marinho, até que ele se partiu, e então subiram nos botes salva-vidas, navegando primeiro até uma ilha desolada e sem árvores onde deixaram a maioria dos homens e estabeleceram um acampamento.

Usando apenas um sextante para navegar, Shackleton partiu, então, com outros cinco homens no bote mais resistente e adequado para uma travessia de 1.300 quilômetros até a Geórgia do Sul, uma colônia britânica, onde havia uma estação baleeira.

Desafiando mares montanhosos e temperaturas geladas, essa viagem de 17 dias é considerada uma das realizações mais notáveis da história marítima. Todos os 28 expedicionários sobreviveram.

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postado em 12/06/2024 22:08