O pai de um refém israelense resgatado durante uma operação militar em Gaza morreu um dia antes de poder reencontrar o filho, disse um familiar.
Almog Meir Jan, de 22 anos, ficou detido em Gaza durante oito meses depois de ter sido raptado no festival de música Supernova, no dia 7 de outubro.
Ele foi um dos quatro reféns resgatados do centro de Gaza no sábado, em um ataque aéreo e terrestre que matou dezenas de palestinos.
Nos meses que antecederam a libertação de Almog, a saúde de seu pai, Yossi, piorou e ele ficou “colado à televisão”, contou sua irmã Dina Jan à emissora israelense Kan.
“Ele estava preocupado com o que estava acontecendo com o filho e com o que estava passando, porque (Almog) estava nas mãos de assassinos”, disse Dina.
Acredita-se que Yossi Jan tenha morrido de ataque cardíaco.
“Meu irmão morreu de tristeza e não conseguiu ver o filho retornar”, afirmou Dina.
O resgate de Almog Jan e de três outros reféns foi recebido com comemoração e alívio em Israel, enquanto o primeiro-ministro Benjamin Netyanhu elogiou as forças especiais por operarem "de forma criativa e corajosa".
Mas o custo humanitário da operação, que incluiu uma série de ataques aéreos israelenses, provocou condenação.
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que 274 pessoas foram mortas na operação. Se confirmado, este será um dos dias mais mortais em Gaza desde o início do conflito.
Um porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF) disse que o número de mortos era inferior a 100.
O primeiro-ministro do Catar apelou a uma intensificação da pressão global sobre Israel para parar a sua “agressão bárbara” em Gaza, durante um evento em Doha no domingo (9/6).
O principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, condenou as mortes como “outro massacre de civis”.
Um ministro israelense disse que em vez de condenar o Hamas por se esconder atrás de civis, a UE condenou Israel por salvar os seus cidadãos.
As forças israelenses, apoiadas por ataques aéreos, travaram intensos tiroteios com o Hamas na área de Nuseirat, no que as Forças de Defesa de Israel chamaram de “missão complexa e de alto risco” baseada em inteligência “precisa”.
Além de Almog Meir Jan, Noa Argamani, 26, Andrei Kozlov, 27, e Shlomi Ziv, 41, foram resgatados durante a operação.
Cerca de 116 pessoas raptadas em outubro permanecem em cativeiro. Mais de um terço delas já tiveram as mortes confirmadas, mas acredita-se que esse número seja provavelmente maior.
Benjamin Netanyahu visitou os quatro reféns que retornaram a Israel, e disse a um deles: “não desistimos de vocês nem por um momento”.
“Esperamos que o Hamas liberte todos eles. Mas se não o fizerem, faremos o que for necessário para levarmos todos de volta para casa", disse Netanyahu do lado de fora do hospital.
No domingo, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que 37.084 pessoas foram mortas desde o início do conflito.
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