Visita ao Vaticano

Nobel da Paz convida o papa Francisco a viajar para a Ucrânia

A ativista ucraniana Oleksandra Matviichuk foi recebida pelo pontífice, no Vaticano, em 12/5. Diretora da ONG Centro pelas Liberdades Civis, ganhadora do Nobel da Paz em 2022, ela fez um apelo ao líder católico

A advogada e ativista ucraniana Oleksandra Matviichuk — diretora do Centro pelas Liberdades Civis (ONG em Kiev laureada com o Prêmio Nobel da Paz, em 2022) — foi recebida pelo papa Francisco, no último domingo (12/5). "Eu pedi ao papa Francisco para vir à Ucrânia. Eu disse a ele que milhões de pessoas na Ucrânia estão sofrendo e precisam dele mais do que nunca", contou Oleksandra ao Correio, por telefone. "Sua Santidade me escutou muito cuidadosamente e confirmou que sabe o que está ocorrendo em meu país", acrescentou. A Ucrânia foi invadida pelas forças da Rússia em 24 de fevereiro de 2022. Desde então, as tropas de Vladimir Putin tentam conquistar terreno na ex-república soviética. 

Durante o encontro, a Nobel da Paz presenteou o papa com um livro. "A obra foi escrita pelo jornalista ucraniano Stanislav Aseyev, que foi preso e passou dois anos no campo de concentração de Izolyatsia, uma prisão secreta horrível, onde os russos, diariamente, torturam, estupram e matam pessoas detidas ilegalmente", desabafou. Oleksandra ganhou, do pontífice, uma medalha. 

O Centro pelas Liberdades Civis ganhou o reconhecimento do Comitê Nobel Noruguês ao documentar violações de direitos humanos cometidas durante a guerra na Ucrânia. Em 3 de abril passado, o papa Francisco rendeu homenagem a um jovem soldado ucraniano que morreu na frente de batalha e exibiu seus pertences religiosos pessoais, antes de pedir um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra. "Este jovem se chamava Olexandre e tinha 23 anos. Morreu em Adviika, no front,  frente de batalha, deixando a vida que tinha pela frente", explicou, ao fim de sua audiência geral na Praça de São Pedro, do Vaticano. Duas semanas depois, também na audiência, Francisco voltou a mencionar a Ucrânia. "Nossos pensamentos estão neste momento com as populações em guerra. Pensamos na Terra Santa, na Palestina, em Israel, pensamos na Ucrânia, na Ucrânia martirizada", disse.

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