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Putin toma posse para quinto mandato como presidente da Russia

Durante o discurso de posse, o presidente russo fez o compromisso de vencer a guerra e "concretizar tudo o que foi planejado"

Vladimir Putin prestou juramento, nesta terça-feira (7), para seu quinto mandato como presidente da Rússia, até 2030, com um apelo aos seus compatriotas para que vençam "juntos" o conflito na Ucrânia, considerado existencial. 

Em uma cerimônia suntuosa realizada no Kremlin, o presidente, de 71 anos, prestou juramento e fez um breve discurso à elite política russa e aos soldados que lutam na Ucrânia.

"É uma grande honra, uma responsabilidade e um dever sagrado", disse Putin, que agradeceu aos "heróis" que lutam na linha da frente na Ucrânia desde fevereiro de 2022. 

"Atravessaremos este período difícil com dignidade e sairemos mais fortes", declarou o presidente.

Em um momento de intensificação das tensões com as potências ocidentais devido ao seu apoio à Ucrânia, Putin assegurou que a Rússia não recusa o "diálogo", mas disse que "depende deles". 

A Rússia ordenou exercícios nucleares na segunda-feira em resposta ao que chamou de declarações ameaçadoras de líderes ocidentais sobre um possível envio de tropas para a Ucrânia. 

"Somos uma nação grande e unida e juntos vamos superar todos os obstáculos, vamos concretizar tudo o que foi planejado. Juntos, venceremos", concluiu Putin. 

Depois ele compareceu a uma cerimônia religiosa com o patriarca Cyril, líder da Igreja Ortodoxa russa, um grande apoio ao seu governo.

- Um poder sem contrapesos -

Nas eleições de março, sem candidatos opositores, o presidente, no poder há quase 25 anos, obteve uma vitória contundente. 

Putin continuará no poder até 2030. E graças a uma reforma constitucional que aprovou em 2020, ele ainda pode concorrer a outro mandato até 2036. 

A posse ocorre dois dias depois do aniversário da vitória soviética contra a Alemanha nazista, em 9 de maio, data que voltou a ganhar relevância desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, que Putin compara à luta contra o Terceiro Reich na Segunda Guerra Mundial. 

A cerimônia também coincide com um momento mais favorável no front para o Exército russo, após sofrer derrotas humilhantes em 2022, nos primeiros meses do conflito.

As tropas russas intensificaram a sua ofensiva no leste da Ucrânia e tomaram várias cidades ao redor da cidade de Avdiivka, que conseguiram controlar em meados de fevereiro, após uma árdua batalha que durou meses. 

As Forças Armadas ucranianas enfrentam uma escassez de munições e o desgaste das suas tropas após a ofensiva malsucedida em meados de 2023 e o atraso na chegada da ajuda das potências ocidentais. Agora, esperam que a aprovação de uma nova ajuda dos Estados Unidos no final de abril os ajude no terreno. 

Ao mesmo tempo, a indústria de defesa russa trabalha a todo vapor para fornecer material ao front.

- "Nem paz, nem desenvolvimento, nem liberdade" -

A reeleição com mais de 87% dos votos ajudou Putin a evocar a imagem de uma Rússia "unida" atrás dele e do seu Exército. 

Os países ocidentais denunciaram uma votação sob coação, semanas após a morte na prisão, em circunstâncias pouco claras, de Alexei Navalny, o maior rival de Putin, em 16 de fevereiro. 

As principais figuras da oposição russa estão agora no exílio ou na prisão, assim como centenas de cidadãos que manifestaram sua rejeição à ofensiva de Moscou contra Kiev. 

Yulia Navalnaya, viúva de Navalny, no exílio, acusou Putin de ser um "mentiroso, ladrão e assassino". 

Com Putin "no comando, o nosso país não terá nem paz, nem desenvolvimento, nem liberdade", afirmou Navalnaya e criticou a ofensiva na Ucrânia.

O Kremlin também aumentou a sua repressão às minorias sexuais, uma vez que afirma defender "valores tradicionais" contra um Ocidente que considera degenerado.

Mas os últimos anos não foram isentos de dificuldades para o presidente russo, que em 2023 teve que esmagar uma tentativa de rebelião do ex-chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgueni Prigozhin, que depois morreu em um acidente de avião. 

No plano econômico, a inflação persiste, impulsionada sobretudo pelo peso dos gastos militares no orçamento, e o poder de compra da população, já afetada pelas sanções ocidentais, diminui. 

Além disso, Putin tenta transferir toda a economia, altamente dependente das receitas dos hidrocarbonetos, para o mercado asiático, mas isso requer infraestruturas que exigem uma construção longa e cara.

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