O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, decidiu romper, a partir de hoje, as relações diplomáticas de seu governo com Israel. O anúncio foi feito, ontem, em Bogotá durante discurso por ocasião do Dia do Trabalhador, no qual chamou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de "genocida".
É a decisão mais radical do país sul-americano depois das várias críticas de Petro, defensor da causa palestina, à resposta do Exército israelense na Faixa de Gaza, após os ataques do grupo islamista Hamas em outubro de 2023. Há dois meses, o presidente suspendeu a compra de armas de Israel, um dos maiores fornecedores das forças armadas colombianas.
"Os tempos de genocídio, de extermínio de um povo inteiro diante de nós não podem chegar", acrescentou o mandatário de esquerda na Praça de Bolívar, no centro da capital. "Se a Palestina morrer, a humanidade morre", acrescentou, em meio a gritos de apoio.
O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, disse que o rompimento é um sinal de que Petro" decidiu apoiar os monstros mais desprezíveis que a humanidade já conheceu". "O presidente colombiano havia prometido recompensar os assassinos e estupradores do Hamas, e hoje ele cumpriu a promessa", frisou o diplomata.
Em outras ocasiões, Petro havia comparado as mortes de milhares de palestinos ao Holocausto judeu perpetrado pelos nazistas, comentários que provocaram reclamações do embaixador de Israel em Bogotá, Gali Dagan. A Colômbia é um dos principais aliados da África do Sul em seu processo contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) por atos de "genocídio" em Gaza.
Trégua
A despeito do rompimento, o líder colombiano garante que apoia toda decisão que leve a um cessar-fogo entre as partes do conflito. Ontem, em sua sétima visita a Israel desde o início do conflito, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que a Casa Branca está determinada a obter uma trégua "que traga os reféns para casa, e que os traga para casa agora".
Blinken pediu ao Hamas que aceite a nova proposta e reafirmou sua oposição a uma invasão israelense em Rafah, no sul do desvatado território palestino. Fontes do Hamas informaram à agência de notícias France Presse (AFP) que o grupo dará sua resposta "em um período muito curto de tempo", mas almeja um cessar-fogo permanente, o que é rejeitado por Netanyahu.
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