Milhares de pessoas, independentes e afiliadas a sindicatos, manifestaram-se nesta quarta-feira (1º) na Argentina pelo Dia do Trabalhador e contra a reforma trabalhista promovida pelo governo de Javier Milei.
"Nós nos vemos obrigados a repudiar uma reforma trabalhista que retrocede os direitos dos trabalhadores, por isso este se torna um dia de luta e protesto", disse à AFP Maia Volcovinsky, membro da diretoria da Confederação Geral do Trabalho (CGT).
A reforma trabalhista do Executivo estende o período de experiência para novos funcionários de três para seis meses e até um ano; impõe multas para empresas com trabalhadores não registrados para incentivar sua formalização e propõe a implementação de um fundo para substituir o atual sistema de indenização.
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Embora já tenha sido aprovado na Câmara dos Deputados, para que seja totalmente implementado, precisa ser aprovado no Senado argentino, onde o partido governista tem apenas sete dos 72 senadores.
A CGT emitiu um comunicado no qual reivindicou a data e repudiou as medidas tomadas pelo governo de Milei.
"Quando todos os direitos sociais, trabalhistas, sindicais e previdenciários são ameaçados, é um dia de reivindicação e defesa das conquistas e dos direitos adquiridos que se pretende violar", afirmou a CGT no comunicado.
Grupos sindicais e políticos realizaram eventos em todo o país, embora o principal tenha sido no centro de Buenos Aires, com milhares de pessoas carregando faixas sindicais no centro da cidade.
"Estamos em um governo que não entende os trabalhadores, sua luta e a defesa dos sindicatos para os trabalhadores. Portanto, teremos dias e momentos difíceis se esse governo não mudar sua atitude em relação aos trabalhadores", disse Rubén Aguiar, padeiro e líder sindical, à AFP.
Houve espaço para alguns momentos curiosos, como o de uma mulher que cantou um tango em homenagem a Eva Perón de sua janela aberta para a rua.
"Ter tantos companheiros aqui me enche de emoção, peço a Deus que me dê forças para finalmente ver este país libertado daqueles que são inimigos dos trabalhadores", disse a mulher ao canal de notícias C5N.
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