Palestinos avaliavam, nesta quinta-feira (23/5), os danos causados por uma operação militar israelense de dois dias que deixou pelo menos 12 mortos, incluindo quatro crianças, no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada.
Lonas pretas cobriam as vielas estreitas do local, rasgadas depois de terem fornecido proteção contra ataques de drones israelenses.
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Peças danificadas de veículos blindados israelenses se acumulavam em uma das principais ruas de Jenin, enfeitadas com uma bandeira da organização palestina Jihad Islâmica.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino em Ramallah, as forças de Israel mataram 12 pessoas, incluindo quatro crianças, e feriram outras 25 nos combates que começaram na manhã de terça-feira.
Os corpos de vários mortos nos confrontos foram envoltos em bandeiras palestinas e carregados em macas nos ombros de manifestantes que gritavam "Allahu akbar" (Deus é grande) e atiravam para o alto como forma de saudação.
A equipe do hospital do governo local prestou uma homenagem especial ao cirurgião Usaid Jabarin.
"Vivemos na miséria"
O Exército israelense realiza ataques regulares contra Jenin, um reduto tradicional das milícias palestinas, e ao campo de refugiados adjacente.
As tropas permaneceram dois dias nesta última operação, durante a qual ocuparam um centro poliesportivo de dois andares.
Colchões espalhados e cadeiras dispostas em círculos puderam ser vistos após sua partida.
Dezenas de embalagens do McDonald's e equipamentos esportivos danificados ficaram espalhados em uma sala de musculação.
A violência na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, registra aumento de um ano para cá, em particular desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas em 7 de outubro.
Desde então, tropas ou colonos israelenses mataram pelo menos 518 palestinos na Cisjordânia, segundo as autoridades locais.
Por outro lado, pelo menos 12 israelenses perderam a vida em ataques palestinos no território durante este período, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais de Israel.
O Exército disse ter invadido a casa de Ahmed Barakat, um palestino suspeito de envolvimento em um ataque a um civil israelense no ano passado.
A residência de Barakat foi reduzida a escombros, entre os quais as crianças brincavam após a partida das tropas. "Fiquei com medo quando o Exército israelense chegou", disse um menino enquanto chutava uma bola de futebol.
Jornalistas da AFP viram dezenas de edifícios danificados durante a operação israelense na manhã desta quinta-feira.
Algumas estruturas foram completamente destruídas.
Fayza Abu-Qutna, uma moradora de 60 anos, disse estar farta dos ataques militares.
"Cada vez que eles vêm para Jenin, eles a destroem", disse ela. "Vivemos na tristeza, vivemos na miséria".
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